Carnaval e pandemia: uma combinação que pede atenção redobrada
Propenso a aglomerações, período exige mais cuidados nos momentos de interação para evitar nova alta de casos no Brasil
Fevereiro, 2022. Canceladas por causa da disseminação da variante Ômicron, as festas oficiais de carnaval este ano devem ser mais restritas.
Em todo o país, os badalados desfiles das escolas de samba e até mesmo os bloquinhos de rua, com grupos de amigos e familiares. Para outros uma breve temporada de descanso e viagens, a melhor alternativa”, observa a médica infectologista do Grupo Sabin, Dra. Luciana Campos.
Mesmo com a melhora dos índices da pandemia, muitos governos e autoridades municipais decidiram adotaram uma série de medidas e calendários diferenciados no período momesco, que começa no próximo dia 26 até 1º de março. Rio de Janeiro e São Paulo, por exemplo, cancelaram os tradicionais blocos de rua e adiaram para abril os desfiles das escolas de samba. Atravessando a região e chegando ao Nordeste, Bahia, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Ceará, Paraíba, Sergipe e Piauí suspenderam o ponto facultativo e recomendaram jornadas de trabalho normais a fim de evitar badalações e exposições aos riscos das aglomerações.
Na região Sul, em Santa Catarina e Rio Grande do Sul os calendários de folga foram mantidos, mas não haverá blocos e nem desfiles. Desembarcando no centro-oeste brasileiro, mais precisamente em Brasília, a preocupação fez o GDF anunciar uma força-tarefa para impedir festas e coibir nova incidência de casos de covid-19. Serão feitas fiscalizações de eventos e celebrações na intenção também de combater a pressão no sistema público de saúde. “Medidas como estas contribuem significativamente para que não se repita o que aconteceu nas festas de final de ano, por exemplo, quando o país enfrentou um novo surto de Covid juntamente com uma explosão de casos de gripe, pressionando consideravelmente as redes pública e privada de saúde”, destacou a especialista.
Covid 19: mais de 50 milhões de pessoas já tomaram a dose de reforço no Brasil
Com mais de 72% da população completamente vacinada, segundo o Ministério da Saúde, o Brasil atingiu a marca de 380 milhões de vacinas aplicadas. Além disso, até agora, mais de 50 milhões de pessoas tomaram a dose de reforço. “A boa cobertura vacinal refletiu em um reduzido número de internações em meio a uma explosão de casos. Hoje, o que sabemos é que a vacina é a melhor escolha que temos para nos protegermos e proteger também as pessoas que amamos”, afirma a médica.
Além disso, a especialista observa ainda a importância da testagem da população para controle epidemiológico e manejo de pacientes. “A partir da testagem obtemos um panorama melhor do comportamento da pandemia, possibilitando intervenções mais assertivas. Se há uma incidência elevada da doença há a alta demanda de exames laboratoriais para o diagnóstico da Covid-19 e consequentemente uma preocupação com a quantidade de insumos para a realização desses exames. Fatores como estes nos mostram que é fundamental que todos se vacinem e, se possível, evitem aglomerações até mesmo nas celebrações, como o Carnaval”, concluiu.
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