Minas Gerais implementará plataforma para adequação ambiental e rastreabilidade da pecuária já utilizada pelo Pará

UFMG e IEF celebraram nessa quinta (28) assinatura de acordo de cooperação para implantação, em Minas Gerais, da plataforma SeloVerde desenvolvida pelo Governo do Pará em parceria com a universidade mineira

Na manhã desta quinta-feira, 28 de abril, o Instituto Estadual de Florestas (IEF) e a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) celebraram o início da implementação do SeloVerde em Minas Gerais em uma cerimônia na Câmara do Mercado Imobiliário do estado. O evento comemorou a assinatura do Acordo de Cooperação Técnica entre as duas instituições, que aconteceu na terça-feira, 26 de abril, apresentando um pouco do que se espera da implementação.

A plataforma SeloVerde, que foi desenvolvida a partir de uma iniciativa do Estado do Pará, em parceria com a UFMG, e agora será adaptada para Minas Gerais, visa combater o desmatamento, promover a regularização ambiental e a transparência das cadeias da agropecuária. Nela, produtores, compradores e investidores podem, de forma clara, gratuita e sem colocar em risco dados sensíveis dos proprietários, acessar informações sobre adequação e ambiental e rastreabilidade da pecuária por propriedade informando apenas o código do registro no Cadastro Ambiental Rural (CAR).

Mesa de abertura

A cerimônia foi aberta por uma mesa composta pela Secretária de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (SEMAD), Marília Melo, a Encarregada de Negócios do Reino Unido no Brasil, Embaixadora Melanie Hopkins, o Deputado Federal Zé Silva, o Cônsul do Reino Unido em Belo Horizonte, Lucas Brown, a Diretora do Geral do IEF, Maria Amélia Mattos Lins, a Diretora do Instituto de Geociências da UFMG, Vilma Lúcia Carvalho, e o Subsecretário de Política e Economia Agropecuária da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (SEAPA), João Ricardo Albanez.

“Estamos todos muito entusiasmados com o projeto, o lançamento da plataforma, porque a gente entende e acredita no quanto ela será importante para o estado”, afirmou Maria Amélia Mattos Lins, do IEF.

João Ricardo Albanez, da SEAPA, destacou a importância do setor agropecuário para Minas Gerais e como a demanda externa pelas commodities agrícolas tende a fazer crescer ainda mais essa importância. “Eu vejo que essas ferramentas vão enriquecer nossos produtos, porque essa demanda de produtos do mercado externo está ocorrendo, mas todo mundo está aumentando sua expectativa de produção. Então, nós precisamos apresentar produtos diferenciados.”

“Esse não é um tema de ambientalistas, esse é um tema de estado”, afirmou o Deputado Federal Zé Silva. Segundo ele, as questões de patrimônio verde e certificações são questões de macroeconomia para além de serem questões ambientais.

A Embaixadora Melanie Hopkins ressaltou que o estado é um parceiro estratégico do Reino Unido e reconheceu a importância e o exemplo que Minas dá ao Brasil com os avanços na pauta ambiental.

“Esse é um dia muito significativo para que a gente avance a cada dia nessa agenda do desenvolvimento sustentável e mostre para o mundo que Minas Gerais quer uma agricultura diferente, um desenvolvimento diferente. Ela se coloca como um mercado muito promissor para o futuro”, afirmou a Secretária Marília Melo da SEMAD.

Apresentação do projeto SeloVerde MG

A seguir, o professor Raoni Rajão apresentou os principais conceitos e objetivos do SeloVerde com foco no estado de Minas Gerais. Ele ressaltou o diferencial que o projeto pode ter, futuramente, na análise e validação do CAR e também na regularização ambiental das cerca de 950 mil propriedades cadastradas, bem como a importância da adoção de medidas como essa para garantir a procedência e a valorização das commodities agrícolas exportadas pelo estado e atrair investimentos externos.

Segundo o professor, a expectativa é de que ainda no segundo semestre deste ano seja lançada uma versão beta da plataforma SeloVerde Minas Gerais. O plano é que até o final de 2023 a plataforma esteja plenamente integrada ao “CAR 2.0” apontando os cadastros que precisam de intervenção ou recuperação e reduzindo o tempo de análise e validação do CAR que hoje segue a lentos passos.

Foto: Créditos: Matheus Adler/SEMAD MG