Novembro Roxo alerta para os nascimentos prematuros no Brasil
A prematuridade pode ser evitada com planejamento familiar e pré-natal adequados
Por ano, cerca de 15 milhões de crianças nascem prematuras no mundo. No Brasil, 340 mil bebês nascem por ano antes de completar os nove meses de gestação, ou seja, 931 por dia ou 6 prematuros a cada 10 minutos. Os dados são do Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente (IFF), vinculado à Fiocruz, de 2019. Este é o mês internacional de sensibilização para a prematuridade – Novembro Roxo. A campanha tem o objetivo de conscientizar sobre as medidas preventivas, os nascimentos, mortes e sequelas relacionados ao parto prematuro.
A prematuridade ocorre quando o bebê nasce antes de completar 37 semanas. Ela é a maior causa de morte infantil antes dos cinco anos. De acordo com a Coordenadora Médica da Unidade de Terapia Intensiva Neonatal da Maternidade Unimed-BH (Unidade Grajaú), Rosilu de Ferreira Barbosa, é possível prevenir a prematuridade. “O planejamento familiar e o pré-natal adequados são fundamentais para diminuir os casos. A gestante deve ser acompanhada desde o início da gravidez para evitar possíveis complicações e para que ocorra um parto adequado, tanto para a mãe, quanto para o bebê”, explica.
O diagnóstico precoce da gravidez e o acompanhamento pré-natal regular e sistemático antecipam doenças e tratamentos, evitando prejuízos para a mãe e para o feto, bem como um nascimento antecipado. Diabetes gestacional, pré-eclâmpsia (aumento da pressão arterial na gestação), infecções maternas, tabagismo, gravidez gemelar, descolamento prematuro da placenta são algumas das condições que causam o parto prematuro.
“Quando o parto prematuro é inevitável, é necessário acolher esses frágeis e imaturos recém-nascidos em local apropriado, onde são esperados por uma equipe multidisciplinar para o cuidado especializado e gentil, baseado no manuseio e invasão mínimos, mas com tecnologia. O objetivo é promover crescimento e reduzir a chance de sequelas físicas e emocionais”. A coordenadora da UTI Neonatal também defende a presença constante dos pais junto da criança. “Permitir que a mãe e o pai tenham livre acesso ao filho(a) é muito importante para um desenvolvimento mais rápido do bebê”.
SEPARAÇÃO ZERO
O bebê prematuro era para estar dentro da mãe, ainda em formação, mas por algum motivo, nasceu antes da hora e foi transferido para uma incubadora. A voz calma da mãe e os carinhos acolhedores são substituídos por ventilação mecânica e uma série de medicamentos e procedimentos. O tema da campanha deste ano é “Separação Zero: Aja Agora – Mantenha pais e bebês prematuros juntos”.
Rosilu explica que o Método Canguru, de deixar o bebê no colo da mãe, pele a pele, permite que o recém-nascido mantenha o vínculo com os pais. “Esse método é muito importante tanto para o recém-nascido prematuro, quanto para os pais que estão preocupados com o bebê. O modelo de assistência, voltado para o cuidado humanizado e biopsicossocial, ajuda a diminuir o estresse familiar, estimular a amamentação, acelerar o ganho de peso, reduzir o risco de infecções e aliviar a dor. Além disso, tranquiliza o bebê e viabiliza seu crescimento e desenvolvimento neuropsicomotor”, orienta a coordenadora da UTI Neonatal.
Outro fator importante é a amamentação. A Unimed-BH possibilita que a mãe do prematuro ofereça seu leite ao filho(a), porque o leite materno reduz a incidência de todas as complicações da prematuridade. “O leite materno possui vantagens nutricionais e imunológicas sem igual, além de fortalecer o vínculo afetivo com a mães”, conclui Rosilu.
Foto: Breno Esaki/Agência Saúde DF