Poluição sonora é maior nos ‘cânions urbanos’, mostra estudo da UFMG
Pesquisa do Programa de Pós-graduação em Geografia analisou os impactos da paisagem de BH no aumento dos níveis de ruído
Assim como a poluição atmosférica, a poluição sonora é um dos problemas dos centros urbanos que provocam prejuízos à saúde. Mas como é possível quantificá-la? Para conseguir medir de forma mais precisa os níveis de poluição sonora nos perímetros urbanos, o pesquisador Lucas Saliba Santos mapeou a paisagem sonora da região delimitada pela Avenida do Contorno, em Belo Horizonte, com base nos dados de tráfego disponibilizados pela Prefeitura. Com o mapeamento sonoro concluído, Saliba buscou elencar e analisar os fenômenos da paisagem urbana que interferem na poluição sonora da cidade, de modo a aumentar ou diminuir os níveis de ruído. Os resultados estão na dissertação de mestrado Metodologia de caracterização e análise da poluição sonora para fins de planejamento urbano, defendida no Programa de Pós-graduação em Geografia da UFMG. O pesquisador observa que a poluição sonora é maior nas ruas e avenidas localizadas em “cânions urbanos”, caracterizados por edifícios com altura superior à largura das vias de tráfego de automóveis, construídos nos dois lados desses corredores. O estudo também mostra que ruídos contínuos como o dos motores dos carros e o barulho das fábricas e construções são mais nocivos ao organismo humano do que ruídos repentinos, provocados por fogos de artifício, explosões e acidentes. No episódio 117 do Aqui tem ciência, da Rádio UFMG Educativa, o pesquisador fala sobre os desafios de fazer o mapeamento sonoro durante a pandemia e explica algumas das consequências para a saúde das pessoas expostas a altos níveis sonoros.
Raio-X da pesquisaTese: Metodologia de caracterização e análise da poluição sonora para fins de planejamento urbanoO que é: pesquisa que propõe uma metodologia para medir a poluição sonora em determinado perímetro urbano, bem como os fenômenos que a influenciam e as consequências dos ruídos para a saúde humanaPesquisador: Lucas Saliba SantosOrientadora: Ana Clara Mourão MouraPrograma: Programa de Pós-graduação em GeografiaAno da defesa: 2020Financiamento: Fapemig ProduçãoO episódio 117 do programa Aqui tem ciência tem apresentação de Igor Costa, produção de Guilherme Reis, edição de Alicianne Gonçalves e trabalhos técnicos de Cláudio Zazá. O Aqui tem ciência é uma pílula radiofônica sobre estudos realizados na UFMG e busca abranger todas as áreas do conhecimento. A cada semana, a equipe da Rádio UFMG Educativa apresenta os resultados de um trabalho de pesquisa da Universidade. O Aqui tem ciência fica disponível em aplicativos de podcast como o Spotify e vai ao ar na frequência 104,5 FM, às segundas-feiras, às 11h, com reprises às quartas-feiras, às 14h30, e às sextas-feiras, às 20h. O episódio 117 é o penúltimo da segunda temporada do programa. O último episódio vai ao ar na próxima segunda-feira, 9 de maio. Durante algumas semanas, enquanto a terceira temporada é produzida, o ouvinte acompanha, na programação da Rádio UFMG Educativa e nos aplicativos de podcast a reprise de algumas das mais cem pílulas produzidas.
Legenda da foto: “Cânions urbanos” são caracterizados por edifícios com altura superior à largura das vias de tráfego de automóveis, construídos nos dois lados desses corredoresLuiz Felipe | Pexels