O futuro da Mobilidade Urbana com o Cooperativismo de Plataforma
Márcio Guimarães – Presidente da Federação Nacional de Coperativas de Mobilidade Urbana – Liga Coop
O maior desafio dos motoristas de aplicativo de transporte é, sem dúvidas, a jornada de trabalho exaustiva, resultado da precarização da função. Nos últimos anos, o trabalho tem sido de 13 horas por dia, de segunda a segunda. Não tem parada para motorista de aplicativo. Infelizmente a classe sofreu muito com a precarização do trabalho, que também está atingindo outros profissionais. E essa é a principal luta do cooperativismo de plataforma e da economia colaborativa dentro deste setor: proporcionar qualidade de vida para os motoristas e suas famílias, com condições de trabalho e remunerações dignas.
Por muitos anos, essa situação também impactou negativamente os passageiros, que passaram a sofrer com longas esperas, inúmeros cancelamentos e preços abusivos. Esse ainda é o cenário que se vê em muitas cidades brasileiras, mas o cooperativismo de plataforma também está vindo para mudar isso: o que já realidade em Porto Alegre/RS, Caxias do Sul/RS, São Carlos/SP, Santo André/SP, São Bernardo/SP, São Caetano do Sul/SP, Ribeirão Preto/SP, Diadema/SP, Ribeirão Pires/SP, Mauá/SP, Rio Grande da Serra/SP; e em breve entra em atuação em Manaus/AM, Goiânia/GO e região metropolitana, São Luís do Marão/MA e Imperatriz do Maranhão/MA, Maringá/PR, Poços de Caldas/MG e incubando novas cooperativas pelo país.
O futuro da mobilidade urbana caminha a passos lentos, mas destemidos, deste 2021, com cooperativas espalhadas pelo Brasil, mas que nasceu em Caxias do Sul. No último ano, em agosto, foi lançada oficialmente a Federação Nacional de Mobilidade Urbana. Além do estreitamento do apoio do Governo Federal, a partir da Secretária Nacional da Economia Solidária, e do início do diálogo com o Governo Estadual, através da Secretaria do Trabalho. Também tivemos uma ascensão principalmente no Rio Grande do Sul, com a chegada dessa luta na primeira capital, Porto Alegre. Mostrando que é possível, sim, emplacarmos em capitais. Não foi fácil, foi uma caminhada dura, com a renúncia de muitas coisas, mas vitorioso.
Neste ano de 2024, estamos lutando para que o futuro da mobilidade urbana com o cooperativismo de plataforma chegue a cada vez mais locais, aos menos doze estados até o momento. Além da capital de São Paulo, pela COPAMA. O movimento da Liga Coop é nacional e luta por todos os brasileiros!
Foto: Aline Tonioli