Câncer de pulmão: o melhor remédio ainda é a prevenção
Agosto é o mês dedicado à conscientização sobre o câncer de pulmão, uma doença que afeta milhões de pessoas em todo o mundo todos os anos. No dia 1º de agosto, celebra-se o Dia Mundial de Combate ao Câncer de Pulmão, e durante todo o mês, diversas campanhas são realizadas para alertar a população sobre os perigos do cigarro, o principal fator de risco associado a essa doença.
No Brasil, desde 1986, o dia 29 de agosto é marcado pelo Dia Nacional de Combate ao Fumo. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), o tabagismo deve ser tratado como um grave problema de saúde pública. Esta data tem como objetivo principal reforçar as ações nacionais que buscam conscientizar e mobilizar a população sobre os danos sociais, políticos, econômicos e ambientais causados pelo consumo de tabaco.
As estatísticas são alarmantes. Estima-se que quase 2 milhões de novos casos de câncer de pulmão sejam diagnosticados anualmente em todo o mundo. No Brasil, o INCA projeta 704 mil novos casos da doença entre 2023 e 2025, com maior concentração nas regiões Sul e Sudeste, responsáveis por cerca de 70% dos casos. Vale destacar que o câncer de pulmão é a neoplasia que mais causa óbitos por câncer globalmente.
Diante desses números, a prevenção torna-se uma ferramenta fundamental na luta contra o câncer de pulmão. O tabagismo é responsável por aproximadamente 85% dos casos da doença. Assim, parar de fumar é a medida mais eficaz para reduzir o risco de desenvolvimento do câncer. Além disso, a exposição ao fumo passivo, à poluição do ar e fatores genéticos também podem aumentar significativamente o risco de desenvolver a doença.
O oncologista do Hospital Felício Rocho, Octavio de Castro Menezes Candido, destaca que os sintomas do câncer de pulmão podem ser variados e, muitas vezes, confundidos com outras condições de saúde. “Tosse persistente, rouquidão, dor no peito, dificuldade para respirar, escarro com sangue e perda de peso são sinais que podem indicar a presença do câncer de pulmão. O diagnóstico precoce é fundamental e aumenta consideravelmente as chances de cura. Por isso, é essencial procurar um médico imediatamente ao notar qualquer um desses sintomas”, ressalta.
Cigarro Eletrônico: Um Perigo Oculto
Entre os agentes causadores do câncer de pulmão, o cigarro eletrônico, popularmente conhecido como “vape” entre os jovens, também merece atenção. Muitas pessoas acreditam, equivocadamente, que o cigarro eletrônico é inofensivo, mas o uso desse dispositivo está associado a riscos tão graves quanto, ou até maiores, do que o cigarro convencional.
“O cigarro eletrônico é frequentemente disfarçado como um produto recreativo, mas ele contém mais de 120 substâncias altamente tóxicas, incluindo a nicotina. Quando essas substâncias entram em combustão, são inaladas em maior concentração do que no cigarro comum, e estão associadas a diversas condições prejudiciais à saúde”, alerta Octavio. Ele explica que os principais riscos do consumo de cigarro eletrônico incluem além do desenvolvimento de câncer, o aumento drástico do risco de surgimento de doenças respiratórias inflamatórias e de sérias alterações cardiovasculares, como hipertensão arterial, infarto agudo do miocárdio, acidente vascular cerebral (AVC) e até morte súbita.