ALTA DA INFLAÇÃO EM SETEMBRO DEVE PROVOCAR AJUSTES AO CONSUMO DAS FAMÍLIAS, APONTA ESPECIALISTA

ALTA DA INFLAÇÃO EM SETEMBRO DEVE PROVOCAR AJUSTES AO CONSUMO DAS FAMÍLIAS, APONTA ESPECIALISTA

Líder regional da XP em Minas Gerais e no Espírito Santo, Cecília Perini, analisa os possíveis impactos desse resultado ao dia a dia da população

A expectativa de inflação para 2025 segue elevada, superando o teto da meta. O cenário foi impulsionado pelo aumento nos preços dos alimentos, em especial das carnes bovina e suína, bem como pelos reajustes nas contas de eletricidade, devido à ativação da bandeira tarifária vermelha, conforme revelou o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de setembro.

Isso vai de encontro ao que se esperava, já que a inflação do mês havia apresentado uma alta de 0,44%, abaixo das projeções iniciais, trazendo algumas boas surpresas no setor de serviços. Apesar disso, os economistas apontam que não será o suficiente para mudar a política monetária do Banco Central, que deve manter o ciclo de elevação da Selic.

 

Principais impactos à população

Os maiores reflexos no cotidiano da população vêm dos preços de alimentação e habitação, com destaque para o aumento na tarifa de energia elétrica. Os índices registraram altas de 0,44% e 1,8%, respectivamente. A energia elétrica subiu 5,36% em relação a agosto, devido à bandeira vermelha (R$ 4,463 para cada 100 kWh consumidos) aplicada em setembro. Em outubro, o avanço para o patamar 2 deve elevar esse custo para R$ 7,877 por 100 kWh.

No setor de alimentação, os preços subiram 0,5% no geral e 0,56% nos alimentos consumidos em casa, sendo o principal impacto o aumento da carne, com alta de 2,97%, seguido pelo encarecimento das frutas, que subiram 2,79%.

“Voltamos para um território positivo depois de algumas leituras baixas. Eu destacaria a contribuição de carnes: a gente viu uma alta bastante expressiva do preço do boi e isso já começa a aparecer no varejo. O preço da carne de porco também vem em uma toada forte, essa dinâmica do preço dos bois acaba puxando os substitutos”, explica o economista Alexandre Maluf, da XP.

 

Desafios à frente

Cecília Perini, líder regional da XP em Minas Gerais e no Espírito Santo, aponta que a alta da inflação neste mês já era esperada. “Os fatores climáticos, que estão desencadeando longos períodos de seca pelo país, refletem diretamente na disponibilidade dos itens que puxaram esse aumento: a alta da energia e da alimentação, impulsionada, principalmente, pelo preço da carne e das frutas. Fica o desafio para as famílias que deverão buscar substituições no momento das compras no varejo e adotar práticas de economia de energia para as próximas semanas, já que a previsão é de avanço da bandeira vermelha de consumo para o chamado patamar 2 em outubro”, avaliou.

Com a inflação ainda acima da meta e os preços de itens essenciais pressionados, as expectativas são de que o Banco Central continue a elevar a taxa de juros para conter esse cenário.

 

 

 

Legenda foto: Cecília Perini, líder regional da XP em Minas Gerais e no Espírito Santo (crédito: Divulgação XP)