Campanha do Governo de Minas reforça importância de espaços livres de tabaco

Campanha do Governo de Minas reforça importância de espaços livres de tabaco

Secretaria de Estado de Saúde promove ação para sensibilizar as pessoas quanto aos riscos do tabagismo e também proteger a saúde de quem não fuma

Que o tabaco é prejudicial à saúde do fumante, todo mundo sabe. Como efeitos imediatos do fumo, podemos citar tosse, dor de cabeça, aumento de problemas alérgicos, principalmente das vias respiratórias, e até elevação da pressão arterial. Já em longo prazo, pode provocar aproximadamente 50 doenças diferentes, inclusive o risco de desenvolvimento de câncer e doença do coração.

Entretanto, o que on Governo de Minas, por meio da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) busca reforçar neste 29/8, Dia Nacional de Combate ao Fumo, é que os não fumantes que convivem com fumantes também estão expostos a esses mesmos riscos.

“Isso porque a fumaça do tabaco inalada por não fumantes contém as mesmas substâncias tóxicas e cancerígenas que o fumante inala”, destaca Cristiane Tomaz, referência técnica da Diretoria de Promoção da Saúde e Políticas de Equidade, da SES-MG.

Ambientes livres de tabaco

Para a campanha que celebra o Dia Nacional de Combate ao Fumo deste ano, o tema escolhido pela SES-MG é “Ambientes Livres de Tabaco”. O objetivo é enfatizar a necessidade de criar espaços onde não há exposição à fumaça do tabaco e proteger a saúde de quem não fuma.

Cristiane Tomaz explica que, em Minas, segundo dados da Pesquisa Nacional de Saúde (2019), 10,8% de pessoas não fumantes estão expostas à fumaça de produtos de tabaco no ambiente domiciliar, sendo que as mulheres não fumantes e as pessoas com 18 a 24 anos de idade apresentaram os maiores percentuais. Nos ambientes de trabalho, 11,5% dos não fumantes estavam expostos ao tabagismo passivo.

“É sempre importante reforçar que não há níveis seguros de exposição. Iniciativas diferentes da eliminação total da fumaça de tabaco, tais como a ventilação, filtragem do ar e o uso de áreas exclusivas para fumar (com ou sem separação por sistemas de ventilação), são ineficientes e há evidências conclusivas e científicas de que nenhum mecanismo de engenharia consegue proteger da exposição à fumaça de tabaco”, pontua Cristiane Tomaz.

Anvisa  / Divulgação

Dispositivos eletrônicos

Os dispositivos eletrônicos para fumar (DEFs) têm se tornado cada vez mais populares especialmente entre adolescentes. A referência técnica explica que, muitas vezes, esses jovens são atraídos pelo design contemporâneo desses novos produtos, falsamente propagandeados como inofensivos.

“Esses dispositivos contêm substâncias tóxicas que causam câncer, doenças respiratórias e cardiovasculares. Vale reforçar que nenhum Dispositivo Eletrônico para Fumar é seguro e, inclusive, por serem considerados produtos fumígenos, estão abarcados pela Lei Nacional Antifumo, de modo que seu uso é proibido em recintos coletivos fechados”, alerta a técnica da SES-MG.

Tratamento pelo SUS

O jornalista Ramon Jader, de 42 anos, conta que começou a fumar cigarro aos 17 anos e, após algumas tentativas, conseguiu parar definitivamente aos 35. “O cheiro do cigarro e o incômodo social gerado pela fumaça foram fatores relevantes para que eu decidisse cortar esse hábito. Decisão essa que foi ainda mais reforçada após o nascimento do meu filho”, conta.

O jornalista explica que a estratégia para se livrar do hábito foi reduzir gradualmente o número de cigarros fumados por dia, até parar definitivamente. Entretanto, para as pessoas que sentem mais dificuldade nesse processo, o SUS oferece tratamento gratuito, por meio do Programa Nacional de Controle do Tabagismo. O tratamento das pessoas tabagistas é oferecido, prioritariamente, nas Unidades Básicas de Saúde (UBS).

“O usuário que deseje parar de fumar deverá entrar em contato com a Secretaria de Saúde da sua cidade para ser informado sobre os locais do SUS que ofertam o tratamento do tabagismo. Dessa forma, ele será acolhido pela equipe de saúde e avaliado quanto às principais doenças e fatores de risco relacionados, histórico, bem como o grau de dependência ao tabaco e seu estágio de motivação para a cessação do tabagismo”, detalha Cristiane Tomaz.

O modelo de tratamento é baseado em uma abordagem cognitivo-comportamental do fumante. Consiste, inicialmente, em quatro sessões que são realizadas semanalmente. Depois, são promovidos encontros mais espaçados, até completar o período de 6 a 12 meses. O tratamento tem como finalidade conscientizar os fumantes sobre os riscos de fumar e os benefícios de parar de fumar, fornecer informações necessárias para que o indivíduo possa lidar com a síndrome da abstinência, dependência psicológica e os condicionamentos associados ao ato de fumar, além de apoiá-lo nesse processo.

Antônio Rodrigues

Prevalência

A SES-MG acompanha os dados da prevalência do tabagismo em Minas Gerais por meio da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) – um inquérito de saúde de base domiciliar, de âmbito nacional, realizada pelo Ministério da Saúde em parceria com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) a cada cinco anos. Os técnicos da Secretaria também acompanham os dados do Sistema de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigetel). As entrevistas telefônicas são realizadas em todas as capitais anualmente, em amostras da população adulta (18 anos ou mais). A SES-MG utiliza ainda como referência os dados da Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (Pense), realizada com escolares adolescentes.

Segundo dados da PNS de 2019, é possível identificar que, no que tange os grupos etários, o mais representativo de fumantes é o de 40 a 59 anos (14,7%) no estado de Minas Gerais, ao passo que a faixa etária com menor proporção de fumantes é a que compreende a população de 25 a 39 anos (11,4% ) no estado.

Em relação ao uso do tabaco entre escolares, segundo a Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (Pense 2019), a experimentação de narguilé, uma espécie de cachimbo (25,1%), cigarro eletrônico (18,3%) e outros produtos do tabaco também se mostra elevada entre os adolescentes mineiros de 13 a 17 anos. Quanto ao cigarro eletrônico, 18,3% dos adolescentes em Minas Gerais ouvidos no estudo revelaram ter experimentado alguma vez na vida, acima do nacional, que é de 16,8%. O percentual de escolares de 13 a 17 anos fumantes em Minas Gerais é de 8,8%, acima do índice nacional, de 6,8%. (Pense 2019).

Segundo dados do Vigitel de 2021, o percentual de adultos fumantes, em Belo Horizonte, é de 10,6%.

Para mais informações, disque 136.

Saiba mais em www.saude.mg.gov.br/tabagismo.

Seminário virtual

Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), por meio da Subsecretaria de Políticas Sobre Drogas (Supod), faz um alerta sobre os prejuízos causados pelo tabaco, em especial pelos cigarros eletrônicos e narguilés. Para isso, especialistas se reuniram no webinar “Não perca o Fôlego, escolha a Vida”, que aconteceu entre 14h e 16h.

Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), o tabaco mata mais de oito milhões de pessoas por ano. Mais de sete milhões dessas mortes resultam do uso direto deste produto, enquanto cerca de 1,2 milhão é o resultado de não fumantes expostos ao fumo passivo. A OMS afirma ainda que cerca de 80% dos mais de um bilhão de fumantes do mundo vivem em países de baixa e média renda, onde o peso das doenças e mortes relacionadas ao tabaco é maior.

Acesse aqui o webinar na íntegra.

Foto em destaque: Marcos Santos/USP

Fonte: Agência Minas Gerais | Campanha do Governo de Minas reforça importância de espaços livres de tabaco (agenciaminas.mg.gov.br)