Canalização incorreta e lixo aumentam em 46% vazamentos de esgoto na região metropolitana
Descarte irregular de lixo causando cerca de 6 mil vazamentos de esgoto por mês na RMBH
A Copasa registrou em outubro um aumento de 46% na necessidade de correção de extravasamentos de esgoto em comparação aos meses anteriores (fevereiro a setembro). Diante desse número, é possível obter uma constatação: a canalização irregular de água da chuva para as redes coletoras de esgoto agrava o problema no período chuvoso.
Quando essa canalização incorreta acontece, as tubulações de esgotamento, que não são dimensionadas para essa contribuição, não suportam o volume de chuva, ficando saturadas e podendo causar vazamentos e refluxos (retorno do esgoto para o interior dos imóveis) e até mesmo o deslocamento das tampas dos PVs (poços de visita – acesso às redes subterrâneas de esgoto) no meio das vias públicas, situação que pode levar a acidentes entre pedestres e motoristas que trafegam pela região. A água de chuva pode carrear ainda detritos e sujeira, aumentando ainda mais as ocorrências de entupimentos.
Apesar dos esforços da empresa para resolver os vazamentos, a ajuda da população é fundamental para assegurar a eficiência dos trabalhos, já que negligenciar o sistema de esgoto pode interferir na operação e afetar toda uma sociedade.
Filipe Bicalho, gerente da Unidade de Serviço de Macro Operação de Esgoto da Copasa, orienta que conectar o imóvel à rede coletora de esgoto da Copasa garante mais qualidade de vida e saúde à população, uma vez que os resíduos produzidos não sejam lançados a céu aberto, prevenindo a população de contaminações por doenças de veiculação hídrica, como a leptospirose, além de minimizar ocorrências de mau cheiro e impactos ambientais.
Descarte de lixo
Extravasamentos e refluxos não estão restritos à canalização inadequada da água pluvial para as redes coletoras. O lixo também é um problema, causando cerca de 6 mil vazamentos de esgoto por mês na região metropolitana.
Os objetos sólidos não causam transtornos apenas no meio das ruas, chegam também às elevatórias, unidades de bombeamento do esgoto, e também às Estações de Tratamento de Esgoto (ETEs), podendo causar diferentes defeitos nas máquinas, que se entupirem podem extravasar esgoto nos mananciais, e prejuízos aos processos de tratamento.
Somente em Belo Horizonte, são retirados diariamente mais de 8 mil kg de materiais sólidos, entre sacolas plásticas, entulho, embalagens, roupas, sapatos, animais mortos, fraldas, partes de móveis, absorventes, preservativos, cabelo, descartes de construção civil, pedaços de alumínio, ferro, aço, madeira, eletrônicos, brinquedos, restos de alimentos e gorduras solidificadas, areia etc.
Fernanda Kroger, engenheira da Copasa, diz que “o descarte correto de materiais dentro de casa ainda é a medida mais eficiente para evitar o extravasamento do esgoto. É importante descartar o lixo nas lixeiras e não no vaso sanitário ou nas pias de cozinha, incluindo resíduos como gordura e óleo de cozinha, cabelo, absorventes e fraldas descartáveis, cotonetes, guimbas de cigarro e preservativos”, destaca.
Dicas
Quando o uso do sistema de esgotamento sanitário é feito de maneira correta, os efluentes são encaminhados para a ETE, onde recebem tratamento adequado e são devolvidos à natureza sem a prejudicar. Medidas simples previnem entupimentos das redes, extravasamentos e refluxos:
• Jogar o lixo no lixo, e não no vaso sanitário;
• Canalizar a água da chuva para redes de drenagem pluvial, e não para o esgoto;
• Direcionar restos de comida, óleo e outras gorduras para reciclagem;
• Colocar telinhas nos ralos para evitar a passagem de linhas, fios de cabelo e restos de comida para o esgoto;
• Não violar as tampas dos poços de visita para escoar água da chuva ou lançar lixo.
A empresa também orienta que os clientes que necessitarem de algum tipo de serviço relacionado ao sistema de esgotamento registrem a ocorrência, informando o endereço completo, nos canais de relacionamento da companhia. A partir do registro, os técnicos avaliarão os casos e tomarão todas as providências necessárias.
Os clientes podem fazer isso a qualquer momento por meio dos telefones 115 ou 0800 0300 115; do site www.copasa.com.br ou pelo Aplicativo Copasa Digital (disponível para Android e iOS). É possível optar também pelo atendimento virtual via WhatsApp pelo número (31) 9 9770-7000, com funcionamento de segunda a sexta-feira, no horário das 8h às 16h.