Comércio tem a menor queda de emprego em Minas Gerais
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Análise do Núcleo de Estudos Econômicos da Fecomércio MG, utilizando os dados mais recentes do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho, mostra que Minas Gerais registrou saldo negativo de empregos no mês de dezembro.
O comércio teve a menor redução na taxa de emprego no estado em comparação com os demais setores produtivos: 0,30% com -3388 postos de trabalho. Comércio e serviços, representados pela Fecomércio MG, possuem 6 em cada 10 carteiras assinadas em Minas Gerais com mais de 3,2 milhões de pessoas empregadas.
Em dezembro, houve uma redução de -68.617 postos de trabalho no estado, resultado de 158.611 admissões e 227.228 desligamentos, aumento de 11,7% em relação ao mês de novembro. Minas Gerais contava com 4,9 milhões de carteiras de trabalho ativas em dezembro passado, 139.503 a mais do que o registrado em dezembro de 2023.
De acordo com Fernanda Gonçalves, economista da Fecomércio MG, “no mês de dezembro, é possível notar uma retração no mercado de trabalho, resultado de diversos fatores econômicos, tanto sazonais quanto estruturais. Essa queda no número de vagas, especialmente nos setores de comércio e serviços, ocorre porque estes setores costumam contratar maior parcela de trabalhadores temporários. O fim dessas contratações, características no final de ano, acarreta um aumento nas demissões. Outros setores como a agropecuária também sentem o impacto da sazonalidade do término das safras. A construção civil, por sua vez, enfrenta interrupções devido ao período de chuvas, e a indústria sofre com a desaceleração da atividade industrial”.
“Acrescido a isso o aumento das taxas de juros (13,25% a.a) e a inflação a 4,56% no acumulado de 12 meses, a perda do poder de compra do consumidor e a redução dos níveis de confiança das famílias e empresários em dezembro – o ICF (Índice de Confiança das Famílias) ficou abaixo do nível de satisfação aos 90,4 pontos em Belo Horizonte. Esses fatores combinados impactam a economia e por consequência o mercado de trabalho”, explica Gonçalves.
Belo Horizonte gerou 21% (33.870) das novas contratações no estado e 20,0% (42.198) das demissões. O comércio registrou oscilação negativa no saldo de empregos na capital em dezembro, com -563 postos de trabalho, assim como os serviços com -5561 postos de trabalho. Comércio e serviços tiveram as menores reduções no emprego na cidade, sendo que os demais setores pesquisados: agropecuária, indústria e construção também tiveram saldo negativo de empregos.