Contagem utiliza drones como ferramenta para a prevenção e o combate à dengue na cidade

Contagem utiliza drones como ferramenta para a prevenção e o combate à dengue na cidade

Na luta contra a dengue, a Prefeitura de Contagem tem fortalecido suas ações de combate ao Aedes aegypti. Neste ano, para ampliar a eficácia das ações realizadas, o município conta com o auxílio de drones, que permitem identificar e eliminar focos do mosquito.

Os equipamentos são usados para monitorar áreas de risco, aplicar larvicidas e coletar informações para o planejamento de estratégias. Para usar drones no combate à dengue, é necessário fazer o planejamento e mapeamento das áreas. De acordo a Secretaria Municipal de Saúde, são priorizados para o sobrevoo os bairros que, anualmente, apresentam índices de infestação por dengue considerada alta, elevado número de casos notificados e confirmados e áreas de difícil acesso.

A proposta para 2025 são voos mensais, contemplando quatro regiões por mês. Até o momento, já foram realizadas duas ações com o uso do drone de forma preventiva, principalmente devido às chuvas.

De acordo com o secretário de Saúde, Fabrício Simões, o município utiliza, como uma das principais medidas para prevenir a proliferação do Aedes aegypti, a identificação e eliminação dos criadouros de larvas, incluindo a remoção de locais favoráveis ao acúmulo de água parada por agentes de combate às endemias (ACEs).

“Dessa forma, estamos utilizando essa tecnologia para mapear as áreas consideradas quentes,
onde se nota o maior número de notificações de casos suspeitos e/ou confirmados de dengue”.
Fabrício Simões, secretário de Saúde de Contagem

A diretora de Vigilância Ambiental e Controle de Zoonoses, Samantha Leão, explicou que, após o mapeamento realizado pelo drone, um relatório é enviado à equipe. O documento aponta pontos com a localização exata de prováveis focos para arboviroses:

“Mediante o relatório, os agentes de combate às endemias são direcionados para a investigação
in loco com o objetivo de eliminar o máximo de criadouros possível”.
Samantha Leão, diretora de Vigilância Ambiental e Controle de Zoonoses

Ela reforçou, ainda, que esse instrumento oferece uma visão mais abrangente que vai além da observação do agente. “Aqueles locais que os ACEs não conseguem ter acesso ou estão fora do alcance de visão deles, como casas fechadas ou abandonadas, lajes e caixa d’água ou, também, terrenos de difícil acesso, a equipe técnica sinaliza para a empresa responsável e o tratamento é realizado via drone”, completou.

 
Além de mapear e monitorar áreas de risco, coletando informações para o planejamento de estratégias, os drones também são utilizados para aplicar larvicidas
em locais onde os ACEs não têm acesso – Fotos: Janine Moraes/PMC

Vale ressaltar que todas as ações acontecem em até 15 dias, entre mapeamento e tratamento, considerando o ciclo do mosquito. “Nosso foco é contribuir para a redução dos casos de doenças relacionadas ao vetor e, consequentemente, com número de óbitos”, concluiu Samantha.

Etapas do trabalho

Planejamento: avaliação territorial com o objetivo de identificar as regiões de maior vulnerabilidade no município. A partir dos levantamentos, são definidas as áreas de implementação da tecnologia dos drones.

Mapeamento: sobrevoo dos drones nas áreas definidas durante a etapa de planejamento. É nesse momento que acontece a captação de imagens georreferenciadas com alto nível de detalhamento, consideradas dados brutos que fomentam a análise para identificação dos focos.

Análise: o processamento dos dados gerados no mapeamento é realizado em ferramentas avançadas de geoanalytics para a identificação e classificação dos possíveis focos de reprodução do Aedes aegypti. A classificação é de acordo com o LIRAa (Levantamento Rápido de Índices para Aedes aegypti). São entregues relatórios que direcionam a atuação das equipes de zoonoses aos locais onde realmente existem pontos a serem tratados, otimizando a operação de campo e ampliando a capacidade de cobertura dos profissionais.

Tratamento: com índices de assertividade acima de 95%, os drones sobrevoam as áreas de difícil acesso aos agentes de combate às endemias e despejam larvicidas biológicos indicados pelo Ministério da Saúde. São aplicadas dosagens corretas de acordo com o tamanho do recipiente e áreas, assegurando o balanço adequado entre a eficácia para o controle das larvas, proteção ao meio ambiente e qualidade da água para o consumo humano.

Inteligência da informação: por meio de uma plataforma de dados integrada, que contém todas as informações das arboviroses dos municípios, são disponibilizadas as informações em todos os níveis – operacional, tático e gerencial –, promovendo a gestão orientada por dados no âmbito das arboviroses.

Autor: jornalista Natália Rosa / Edição: João Cavalcanti / Foto: Janine Moraes