Entrevista: Conheça o novo presidente da Câmara de Contagem, Bruno Barreiro

Entrevista: Conheça o novo presidente da Câmara de Contagem, Bruno Barreiro

No dia 1º de janeiro de 2025, após a posse dos vereadores para a 20ª Legislatura da Câmara de Contagem (2025/2028), os parlamentares elegeram a Mesa Diretora para este biênio, com o vereador Bruno Barreiro (PV) como presidente deste Legislativo.

Filho do ex-vereador e ex-vice-prefeito, William Barreiro, Bruno exerce seu terceiro mandato como vereador. Tem como base eleitoral principal o bairro Água Branca e como bandeiras de ação: saúde de qualidade, atendimento de excelência nos serviços públicos, valorização dos servidores públicos e defesa do meio ambiente.

Confira a entrevista do novo presidente da Câmara para a equipe de Comunicação da Casa, e conheça a trajetória, as ideias e as expectativas de Bruno Barreiro para este mandato legislativo.

Quem é Bruno Braga Batista, o Bruno Barreiro?

Bruno Barreiro é casado com Juliana, pai de um casal de filhos – Bernardo, de 15 anos, e Amora, de 5 anos – e formado em Administração com ênfase em Marketing. Filiado ao Partido Verde (PV) em 2016, quando teve a oportunidade de disputar a primeira eleição e, depois, novamente em 2020 e 2024. Agora, no terceiro mandato, tem o desafio de estar à frente da Câmara Municipal de Contagem.

Como o chapéu virou sua marca registrada?

O chapéu é um acessório que sempre utilizei. Nunca fui de usar boné, que geralmente os jovens gostam de usar. Meu pai sempre usou chapéu e cresci vendo ele utilizar esse acessório. Então, criei essa identidade, acabou pegando e, no meio político, as pessoas já avistam a gente de longe e reconhecem o Bruno Barreiro.

Falando do seu pai, o ex-vereador e ex-vice-prefeito William Barreiro, qual é a influência dele na sua vida pessoal e na sua trajetória política?

Olha, a influência política de meu pai é total na minha carreira. É a minha referência de político e gestor público e eu estou dando sequência. Brinco com ele, mas falando sério: “olha, pai, meu compromisso diário é buscar ser um pouco daquilo que você foi quando estava à frente de um mandato, exercendo o trabalho com muito compromisso, com muita transparência e muita responsabilidade”. Então, meu objetivo é ser um pouco do que o William Barreiro foi para a Contagem. Afinal, foi dele também que herdei esse apelido, transformando Bruno Braga Batista em Bruno Barreiro.

Você está em seu terceiro mandato como vereador. Faça um balanço da sua atuação na Câmara até aqui.

Em 2016, foi a nossa primeira eleição. E uma eleição na qual saí candidato aos 49 minutos do segundo tempo, pois não tínhamos definido ainda até o último momento, meu pai era vereador e a gente estava trabalhando para sua reeleição. Porém, surgiu a possibilidade de ele compor uma chapa majoritária com o então candidato a prefeito Alex de Freitas. Então, naquele momento, o Bruno saiu candidato à vereança.

Assim, tive a oportunidade de assumir o primeiro mandato e foi muito desafiador, principalmente pela política da cidade, por causa de algumas mudanças nas questões tributárias. O primeiro mandato foi difícil e acho que não consegui de fato apresentar tudo que eu desejava e toda a nossa estratégia política.

Considero que, no segundo mandato, comecei mesmo a ter uma atuação com participação mais efetiva e com conhecimento da dinâmica processual da política. Consegui colocar em prática algumas coisas planejadas, de projetos, de benfeitorias, de melhorias e de um relacionamento mais humanizado com a população. Avalio que tenho feito o meu melhor, buscando propor e desenvolver políticas públicas sérias nesta cidade, com um respeito muito grande pelas pessoas, até para resgatar a confiança na política que, infelizmente, tem perdido credibilidade.

Quando a gente fala do seu mandato, pensa em inclusão, lembrando do seu projeto do cordão girassol. Queria que você falasse sobre essa proposição marcante, que foi aprovada e se tornou lei municipal.

Entramos com esse projeto antes mesmo de Belo Horizonte. Ele foi aprovado em 2022 aqui em Contagem, mas tivemos algumas dificuldades de implementá-lo na sua funcionalidade. Ele não foi sancionado num primeiro momento pelo Executivo, e a Câmara promulgou a nova lei, que está resgatando a dignidade das pessoas que têm algum transtorno que não é visivelmente percebido, os transtornos ocultos.

Essa ideia chegou até mim por meio do relato de uma mãe, moradora de Betim, que tem duas filhas com transtornos ocultos. Ela passou por uma situação muito desagradável dentro de um supermercado, quando estava com as filhas na fila do caixa, e as meninas, muito hiperativas, não se controlavam e ficavam mexendo em tudo. Uma senhora a abordou em tom mais agressivo, dizendo que ela não estava educando bem as filhas, o que a machucou, a deixou muito para baixo e mexeu com o emocional dessa mãe. A partir disso, ela trouxe essa questão para nós, sobre a necessidade de identificar quem tem transtornos ocultos e de conscientizar as pessoas de que não é culpa da mãe ou da família, mas uma condição que, em muitos casos, é incontrolável.

Você falou dos mandatos passados e, agora, queremos saber quais são suas expectativas para esta Legislatura, com mais vereadores e maior representatividade feminina.

Estar à frente da Câmara Municipal da terceira maior cidade de Minas Gerais é um desafio muito grande, e a gente busca entregar as expectativas que foram colocadas na nossa gestão. Temos trabalhado muito, chegado em casa tarde, saído cedo, dedicando para desenvolver um planejamento e colocar o parlamento da nossa cidade no patamar que ele merece.

Nossas expectativas são ótimas com os novos vereadores e, principalmente, com o maior número de mulheres que esse parlamento já viu. Elas têm uma forma diferente de fazer política. São mães, esposas, avós e sua relação com o outro é mais próxima e mais humana. Então, acreditamos que essas mulheres vão nos ajudar muito na nossa relação com a população e vão contribuir no resgate da confiança do parlamento, porque, apesar de serem fortes, elas também têm mais sensibilidade.

Em relação à maior quantidade de vereadores, é importante lembrar que isso não representa aumento de gastos para o Município porque os recursos reservados à Câmara são uma porcentagem fixa do orçamento municipal, que independe do número de vereadores. Então, os recursos permanecem os mesmos com quatro cadeiras a mais.

Certamente, a presidência da Câmara é um grande desafio. Como surgiu a ideia de concorrer ao cargo e como foi formada a Mesa Diretora?

A presidência da Câmara surgiu de forma natural. A gente sempre teve um perfil de se posicionar em relação àquilo que a gente acredita e também contra o que não considera correto. Assim como a Bíblia diz – e trago isso comigo diariamente – não existe ser morno, ou você é quente ou é frio, minha conduta aqui na Casa sempre foi nesse sentido, de ser firme nas minhas posições. Então, acredito que isso me ajudou a protagonizar uma possibilidade de estar à frente da gestão da Câmara Municipal.

Em relação à Mesa Diretora, a gente prezou pela pluralidade partidária e houve também uma preocupação com a representatividade feminina, visto que temos o maior número de mulheres da história da Câmara. Assim, procuramos combinar esses dois critérios na composição dos membros da Mesa. A minha 1ª vice é a Carol do Teteco, do MDB, representando as mulheres; temos o PRD, do Pastor Itamar, que é o 2º vice; o PDT, representado pelo 1º secretário, Léo da Academia; e, por fim, o União Brasil, do Junior Zica. Então, essa pluralidade nos ajuda a fomentar ainda mais a democracia e promover a participação política.

Sobre a relação do Executivo com o Legislativo, quais as suas expectativas no que se refere ao relacionamento da Câmara com a Prefeitura, principalmente com o anúncio dos novos líderes de governo, Daniel do Irineu e Adriana Souza?

A Câmara fará um trabalho respeitando os poderes e valorizando, também, as particularidades de cada instituição. Então, a nossa perspectiva é de que cada um dos vereadores tenha liberdade de atuação no seu mandato, respeitando a Constituição Federal, a Estadual, a Lei Orgânica do Município e o nosso Regimento Interno, que orienta a nossa conduta. Em relação aos líderes de governo, a prefeita Marília Campos foi muito feliz nas escolhas. Daniel do Irineu é um líder jovem, que tem uma comunicação muito aberta com todos, uma pessoa de diálogo, que conhece bem o Regimento desta Casa e a Lei Orgânica. Além disso, trouxe como vice-líder uma mulher negra e periférica que vai fortalecer ainda mais a representatividade feminina. A Adriana é uma pessoa extremamente aguerrida, que já tem experiência na gestão pública e também como professora. Acredito que ela fará, com certeza, uma boa liderança junto com o Daniel, visto que ambos têm o perfil do diálogo.

Por fim, que mensagem você gostaria de deixar para a população de Contagem?

Olha, pessoal, eu sei que a política está muito desacreditada, mas os vereadores foram escolhidos de forma legítima pela população. Talvez, o Bruno não seja o seu candidato ou qualquer um dos outros 24 parlamentares, mas acreditem que as pessoas que aqui estão têm o mesmo objetivo, de entregar a cada dia uma cidade melhor, que Contagem esteja cada vez mais no trilho do progresso. Sou pai, tenho a minha família aqui e quero um futuro melhor para eles, mas, para que eu possa construir um futuro melhor para a minha família, eu tenho que pensar e agir no hoje. Então, confiem na Câmara Municipal, acompanhem de perto e tenham muito cuidado com as fake news, com a desinformação nas redes sociais, com publicações tendenciosas, maliciosas e inverídicas. Procure saber a veracidade das informações antes de compartilhar. E a Câmara Municipal está aberta para receber você, contagense, e desenvolver uma política cada vez mais participativa e mais próxima do cidadão. Que a gente possa construir juntos uma cidade mais feliz e mais humana para todos.

 

Por Leandro Perché / Foto: Cleide Amaral