Fecomércio MG: 64,8% dos belo-horizontinos planejam, mas apenas 25,9% cumprem o orçamento
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A Pesquisa de Orçamento Doméstico de Belo Horizonte 2025, realizada pelo Núcleo de Inteligência & Pesquisa da Fecomércio MG entre 28 de janeiro e 04 de fevereiro de 2025, mostra que 64,8% dos entrevistados planejam seus gastos e 35,2% não planejam. Embora o número dos que planejam seja alto, somente 25,9% conseguem cumprir à risca o planejamento e 28,7% conseguem parcialmente, outros 10,2% até planejam o orçamento, mas não conseguem seguir com o proposto. A pesquisa ouviu 401 pessoas.
O planejamento para o mês é feito por 68,97%, sendo que um total de 24,14% consegue cumprir rigidamente o planejado; em 2024 esse número era de 18,03%. Outros 37,93% conseguem seguir com o planejamento do mês parcialmente e 6,90% não conseguem nem parcialmente.
Em 2025, 44,83% informam que conseguem planejar o orçamento familiar e ainda sobra algum dinheiro, em 2024 esse número era menor, de 42,21%. O número dos que afirmam que conseguem pagar as contas em dia, mas não sobra nada também aumentou em relação ao ano passado, são 31,03% dos entrevistados agora ante 24,94% de 2024.
O total daqueles que afirmam buscar sempre por empréstimo para completar o orçamento caiu de 17,03% em 2024 para 6,90% neste ano entre os entrevistados.
A destinação do valor poupado com o planejamento, segundo 46,9%, vai mensalmente para o lazer enquanto 28,9% o destinam para compras. Para 26,4%, o valor que sobra é destinado a aplicações na caderneta de poupança. Para14,7% não sobra recurso no mês.
Quando o orçamento não cobre os compromissos financeiros, 29,4% optam por realizar serviços extras. Um total de 27,2% dos entrevistados afirma que nunca passou por essa situação.
As despesas com alimentação/supermercado lideram os gastos do mês para 53,8% dos entrevistados que deveriam escolher as três maiores do orçamento familiar. A conta de luz aparece em segundo lugar com 49,0% seguida pela conta de água, 48,0%, aluguel, 40,5% e plano de saúde 16,5%.
A alimentação é o produto/serviço mais consumido, conforme 81,5%. Depois vêm calçados com 41,1%, eletrônicos com 12,2% e telefonia, 9,0%
O cartão de crédito é o campeão dos compromissos financeiros conforme a pesquisa, indicado por 49,2% dos consumidores. Por outro lado, 27,1% dos entrevistados declararam que não possuem compromissos financeiros, sendo que 23,4% têm dívidas com terceiros e familiares e 17,3% com financiamento do carro.
O cartão é citado como o principal meio de pagamento utilizado pelos entrevistados: citado por 46,6%, seguido por cartão de débito, 22,2%, e pix, 19,7%, compras somente no dinheiro foi mencionado por 11,5%.
Gabriela Martins, economista da Fecomércio MG, destaca o avanço do consumidor no planejamento das suas contas mensais. “Em 2025 observamos um número maior de pessoas que planejam seu orçamento. Entretanto, há uma proporção significativa daqueles que planejam e não conseguem cumprir o esperado. Essa movimentação pode estar atrelada ao aumento de preços de um dos grupos de produtos mais demandados entre as famílias: a alimentação. Desta forma, a parte da renda destinada a esta cesta de consumo se torna ainda maior, prejudicando o poder de compra familiar e afetando de maneira direta o planejamento orçamentário mensal”, explica Martins.