Intenção de consumo das famílias de BH se mantém no médio prazo
De acordo com a pesquisa Intenção de Consumo das Famílias (ICF), analisada pelo núcleo de Pesquisa & Inteligência da Fecomércio MG e aplicada pela Confederação Nacional do Comércio (CNC), em Belo Horizonte, o ICF registrou queda de 2,5 pontos em novembro. O indicador geral foi de 91,9 pontos, abaixo do nível de satisfação que é registrado aos 100 pontos. Continuam em nível de satisfação, acima de 100 pontos, a segurança no emprego e a perspectiva de consumo para os próximos seis meses, indicando que as famílias estão projetando para o médio prazo a intenção de comprar mais. A renda familiar segue como estava em novembro passado para a maioria dos entrevistados e as famílias com renda acima de 10 salários-mínimos estão em nível de satisfação com o acesso ao crédito.
A segurança quanto ao emprego atual teve retração de 2,6 pontos em comparação com o mês anterior, ficando em 116,8 pontos. Para 45,7% dos consumidores, a percepção de segurança no emprego é igual ao mesmo período do ano passado enquanto 32,9% sentem-se mais seguros atualmente em comparação com novembro de 2023. Famílias da capital que ganham mais de 10 salários-mínimos mostram-se mais seguras quanto ao emprego em pelo menos 10,5 pontos percentuais sobre as famílias em faixa de renda inferior.
O índice de perspectiva de consumo nos próximos seis meses se mantém em nível de satisfação em Belo Horizonte no mês de novembro, aos 103,8 pontos, queda de 0,91 ponto em comparação com o verificado em outubro. Para 42,5% dos entrevistados, há perspectiva de consumir, assim como a população em geral, nos próximos seis meses, de forma igual ao ano passado. Segundo 30,5%, o consumo deverá ser maior enquanto 26,7% preveem consumir menos nos próximos seis meses. Famílias com rendimentos acima e abaixo de 10 salários mantêm expectativa de satisfação, acima dos 100 pontos, para o consumo nos próximos seis meses.
Para 54,0% dos entrevistados, a renda familiar está igual ao mesmo período do ano passado; para 22,1% está melhor e para 23,8% está pior. Com isso, o índice de renda atual chegou a 98,3 pontos em novembro, resultado 1,4 ponto inferior ao obtido na última análise e 11,4 pontos inferior ao mesmo período do ano passado (109,7 p. p.).
A expectativa de melhoria profissional é maior entre as famílias com renda acima de 10 mínimos conforme 59,5% delas. Para as que ganham até 10 salários, a expectativa cai para 43,5%. Para 45.7% dos entrevistados, o chefe do domicílio terá melhora profissional e 47,8% têm percepção contrária. Com esse cenário, o indicador de perspectiva profissional em novembro oscilou negativamente em 0,2 ponto, ficando em 97,9 pontos e 2,1 pontos abaixo do nível de satisfação de 100 pontos.
O acesso ao crédito está em nível de satisfação para as famílias que ganham acima de 10 salários-mínimos, aos 105,1 pontos. Para aquelas de faixa de renda menor foi aos 78,8 pontos. Para 39,5% dos entrevistados, está mais difícil conseguir crédito; mais fácil para 21,9% e igual ao ano passado para 37,2%. O índice de acesso ao crédito teve retração de 1,2 ponto percentual em relação ao mês de outubro.
O indicador do nível de consumo foi a 81,1 pontos em novembro, queda de 6,6 pontos em relação a outubro, sendo que 46,6% dos entrevistados afirmaram que a família está comprando menos do que em novembro do ano passado. Para 25,4% o nível de consumo está como no ano passado e para 27,7% está maior do que em novembro de 2023.
O momento para o consumo de duráveis é considerado ruim para 67,2% dos entrevistados, com pontuação de 63,3 pontos em novembro, 4,8 pontos abaixo de outubro.
Gabriela Martins, economista da Fecomércio MG, explica que alguns fatores econômicos influenciam diretamente na intenção de consumo das famílias. “Apesar do mercado de trabalho aquecido, atingindo um dos menores patamares dos últimos anos, as famílias se deparam com uma perspectiva profissional não tão boa. Isso ocorre, provavelmente, devido a percepções de alguns índices econômicos, tais como a elevada taxa de juros que afeta diretamente os investimentos dos empresários e, consequentemente, o trabalho e a renda das famílias. Acrescido as altas taxas de juros, as famílias enfrentam hoje um aumento de preços de alguns bens de subsistência, principalmente aqueles atrelados ao dólar, como a gasolina. Esses efeitos afetam diretamente o acesso ao crédito e o nível de consumo no curto prazo”, concluí Martins.