Ipead UFMG: cesta básica em BH tem nova alta em novembro e atinge o maior valor no ano

Ipead UFMG: cesta básica em BH tem nova alta em novembro e atinge o maior valor no ano

O custo da cesta básica, que representa o gasto médio mensal de um trabalhador adulto com alimentação, apresentou variação positiva de 3,67%, entre outubro e novembro de 2024 em Belo Horizonte, conforme pesquisa do Instituto de Pesquisas Econômicas, Administrativas e Contábeis de MG (Ipead) da UFMG. As pesquisas completas podem ser lidas no site do Ipead.

Desse modo, o valor da cesta em novembro atingiu R$753,90, o maior valor nominal no ano. Em relação a janeiro de deste ano (R$735,43), a cesta está R$18,47 mais cara. Atualmente, o custo da cesta em BH representa o equivalente a 53,39% do valor de um salário mínimo. Em comparação com novembro de 2023, a cesta apresentou custo de R$73,42 a mais. Com relação à proporção do salário mínimo, o custo é maior também em novembro deste ano, pois a cesta custava o equivalente a 51,55% do salário mínimo vigente em novembro de 2023. Ou seja, houve perda no poder de compra do salário mínimo em relação à cesta básica na comparação anual.

Após quatro quedas consecutivas, de fevereiro a maio deste ano, a cesta apresentou alta em junho, quedas consecutivas em julho e agosto e altas consecutivas em setembro, outubro e em novembro. Com esse último resultado, o custo da cesta básica em BH registra altas acumuladas de 8,72% em 2024 e 10,79% em 12 meses.

Dos 13 itens que compõem a cesta básica, oito apresentaram alta do preço médio e cinco apresentaram diminuição. Os itens com maior variação positiva no preço médio no mês, isto é, os que mais subiram, foram batata inglesa (15,59%), óleo de soja (12,04%) e chã de dentro (11,59%). Já as variações negativas de preços, ou seja, itens que ficaram mais baratos, foram banana caturra (-15,92%), café moído (-0,98%) e arroz (-0,92%). Portanto, as maiores altas foram mais intensas do que as maiores diminuições.

Ao se considerar a importância relativa de cada produto, os que mais contribuíram para a alta de 3,67% do custo da cesta básica em BH foram chã de dentro (3,93 p.p.), batata inglesa (0,84 p.p.) e pão francês (0,30 p.p.). No ano, o item com maior variação positiva é o café moído (55,79%) e o item com a maior variação negativa é o tomate (-20,62%).

Custo de vida e inflação

O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) da cidade de Belo Horizonte apresentou alta de 0,22% no mês de novembro. Este resultado representa uma desaceleração em relação ao mês anterior (0,70%). No decorrer deste ano, o IPCA de Belo Horizonte registra um aumento acumulado de 7,00%, enquanto nos últimos doze meses a alta é de 7,82%. Em comparação ao mesmo período do ano anterior, também houve desaceleração, pois o IPCA havia registrado alta de 0,30% em novembro de 2023.

Por sua vez, o Índice de Preços ao Consumidor Restrito (IPCR) de Belo Horizonte, que considera os gastos das famílias com renda de até cinco salários mínimos, experimentou alta de 0,10% em novembro, desacelerando em comparação ao resultado de 1,21% de outubro. No ano de 2024, o IPCR acumula crescimento de 7,05% e, nos últimos doze meses, crescimento de 7,94%. No mesmo período do ano anterior, o aumento do IPCR havia sido maior (0,12%).

Os preços do dentista, da refeição fora de casa e do lanche contribuem para a alta da inflação. Por outro lado, houve queda nos preços da tarifa de energia elétrica residencial, da gasolina comum e do leite, o que ajudou a segurar o aumento. A inflação acumulada nos últimos 12 meses pelo IPCA BH está em 7,82% e pelo IPCR está em 7,94%.

Sobre o Ipead
A Fundação Ipead é uma entidade sem fins lucrativos, credenciada pelo Ministério da Educação (MEC) e pelo Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), como fundação de apoio à Faculdade de Ciências Econômicas (Face) da UFMG.