Larvas em comida no Hospital de Contagem: nesta segunda-feira (16/10), uma entrevista coletiva foi concedida na Delegacia Regional para esclarecer o episódio
A investigação da Polícia Civil, feita a pedido da Prefeitura de Contagem, sobre as supostas larvas encontradas em uma marmita servida no Complexo Hospitalar de Contagem, isenta a administração municipal e aponta que houve sabotagem. Nesta segunda-feira (16/10), uma entrevista coletiva foi organizada na Delegacia Regional de Polícia Civil de Contagem para esclarecer, após investigações e laudos periciais, a denúncia feita há cerca de um mês e meio, de uma suposta refeição ter sido servida de forma imprópria no Hospital Municipal de Contagem (HMC). Na ocasião, um vídeo mostrou larvas em um marmitex. Na coletiva estiveram presentes os delegados Rômulo Guimarães e Marcos Vinícius Monteiro e a escrivã Andreza Loureiro.
De acordo com o delegado Rômulo Guimarães, após o pedido da Prefeitura, a Polícia Civil abriu inquérito para investigar a denúncia feita pela mídia. “O que foi demonstrado, pelas imagens, pelos exames feitos na comida e nas larvas é que não é natural elas estarem dentro daquela marmita. Foram 30 dias de investigação, diversas diligências, laudos de instituições capacitadas. O que podemos atestar, neste momento, é que em condições naturais seria impossível a larva, naquela forma estar ali”, destacou ele, lembrando que a empresa que fornece a alimentação do HMC também presta serviços em outros locais e apenas em uma marmita, das 2.000 servidas no dia 3/9, foi encontrada as larvas.
O delegado afirmou que pela temperatura, desenvolvimento das larvas e pelo estado da comida, que não estava em decomposição, não há como as larvas terem aparecido sem a ação de alguém nesse sentido. “É preciso que a comida esteja em estado de putrefação, a mosca pouse, coloque os ovos, eles eclodam e a larva se desenvolva. O ambiente, com calor e o isopor, não seriam favoráveis a isso. Dessa forma, alguém colocou lá. E é esse o ponto que agora iremos nos debruçar para identificar e saber o porquê de ter cometido esse crime”, completou ele, ressaltando o empenho do trabalho e o auxílio dos laudos periciais da Vigilância Sanitária de Contagem (Visa), Universidade Federal de Viçosa (UFV) e Fundação Ezequiel Dias (Funed).
Caso paralelo
Paralelamente à investigação da contaminação, a Polícia Civil também apurou que o caso de injúria racial cometido pela acompanhante de um paciente contra servidores do hospital, ocorrido na mesma época, em nada se relaciona com o fato da contaminação investigada. “A pessoa, que vai responder judicialmente por injúria, injúria contra funcionário público, ameaça e desacato, tentou misturar as histórias, fazendo as pessoas acreditarem que ela estava sendo perseguida ou cerceada (ao alegar que ela teria feito o vídeo das larvas). Mas já conseguimos identificar que são dois fatos que não se relacionam. Houve uma injúria racial contra uma copeira, injúria e ameaça contra uma médica e desacato a um policial”, contou o delegado Marcos Vinícius Monteiro. “Ela foi indiciada e vai responder por esses crimes”.
Seguimento das investigações
A partir de agora, a Polícia Civil vai pedir à justiça um aumento de prazo para continuar as investigações, a fim de se identificar o autor ou coautores da fraude sobre as larvas. “Para sabermos o que motivou essa ação, que até o momento estamos classificando como falsa comunicação de crime. Vamos ver como as investigações vão caminhar para que tenhamos mais respostas nos próximos 30 dias”, finalizou Rômulo Guimarães.