MG: Inmetro realiza teste em pista para verificar a eficiência energética de 24 veículos nacionais e importados
Objetivo é auditar os dados de autonomia e consumo apresentados pelas montadoras no Programa Brasileiro de Etiquetagem Veicular
Após receber das montadoras os dados de autonomia e consumo de todos os automóveis participantes do Programa Brasileiro de Etiquetagem Veicular (PBE Veicular), o Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) deu início, nesta terça-feira (8/8), à primeira etapa dos testes nas pistas, com o objetivo de auditar as informações apresentadas pelos fabricantes. Na segunda fase, os ensaios serão realizados em laboratórios para avaliar o consumo e as emissões de gases na atmosfera.
“Esta é uma etapa em que o Inmetro verifica os dados apresentados para garantir que a informação contida na etiqueta corresponda à realidade e permita ao consumidor comparar o consumo entre veículos de uma mesma categoria”, afirmou o presidente do Inmetro, Márcio André Brito.
Vinte e quatro automóveis, entre modelos a combustão, híbridos e elétricos, foram selecionados para participar dos ensaios, chamados de coast down, que estão ocorrendo em Pirapora, Minas Gerais.
“Esses ensaios servem para verificar a resistência dos veículos ao movimento. Por meio de um GPS, conhecemos tanto a resistência aerodinâmica quanto aquela provocada pelo atrito. Para eliminar efeitos do vento, o teste é repetido até cinco vezes em cada direção da pista”, explicou Victor Simão, engenheiro responsável pelo PBE Veicular no Inmetro.
Os resultados permitem elaborar o gráfico de força resistiva à velocidade do carro e, entre outras coisas, servem como parâmetro para a calibração dos equipamentos que serão usados na próxima etapa da auditoria, em laboratórios.
Nos laboratórios, os automóveis são submetidos a um procedimento que reproduz a prática diária dos motoristas, em ciclos de cidade e estrada. São definidas condições padrão de aceleração, frenagem, retomada e até mesmo o uso do ar-condicionado. Fatores como umidade do ar, ventos, temperatura, altitude e trânsito são simulados e padronizados, para garantir que os resultados sejam totalmente comparáveis entre si.
Após o teste realizado, os números colhidos são corrigidos por um fator que leva em conta as diferenças entre altitude, subidas e níveis de trânsito, de forma a torná-lo ainda mais próximo da realidade quando divulgados ao consumidor na Etiqueta Nacional de Conservação de Energia.
Procedimento
Os ensaios de coast down têm as seguintes etapas:
1. Preparação do veículo: o veículo é apresentado em condições adequadas para o teste. Ele passa por pesagem, calibração dos pneus, checagem da quilometragem rodada, do nível do tanque ou carga da bateria, identificação do chassi, pneus, entre outras informações importantes para o ensaio e identificação do automóvel.
2. Execução do ensaio: o veículo é conduzido até ultrapassar 100 km/h em uma pista reta e nivelada. Em seguida, o veículo é colocado em ponto morto, permitindo que ele desacelere naturalmente, sem uso dos freios. Durante o processo de desaceleração, é checado o tempo que o veículo leva para reduzir a velocidade a 90 km/h, 80 km/h, 70 km/h e assim sucessivamente, até chegar a 30 km/h.
3. Análise de dados: os dados coletados durante o ensaio são analisados para determinar a resistência ao movimento do veículo. Essa análise envolve o cálculo da resistência aerodinâmica (causada pelo arrasto do ar) e da resistência ao atrito (causada pela fricção dos pneus no asfalto e nos componentes mecânicos do veículo).
4. Aplicação dos resultados: os resultados obtidos são usados para calibração dos dinamômetros, que serão usados na etapa seguinte da auditoria, em laboratório. Eles também podem ser usados para melhorar o projeto do veículo, aperfeiçoar a eficiência do combustível, entre outros.
Sobre o PBEV
O Programa Brasileiro de Etiquetagem Veicular (PBEV), coordenado pelo Inmetro, foi criado em 2008. Naquele ano, três fabricantes aderiram de forma voluntária ao programa, num total de 10 modelos. Em 2016, o PBEV foi aderido por todos os fabricantes nacionais e importadores e, hoje, abrange 850 modelos e versões, sendo 80 modelos Elétricos (VE) e 48 Plug-in (VEHP).
O programa classifica os automóveis de A (mais eficiente) a E (menos eficiente). Na etiqueta há informações sobre eficiência energética, consumo, autonomia e emissão de gases de todos os carros de passeio, picapes e utilitários a venda no Brasil.
Os últimos dados do PBE Veicular podem ser consultados em www.gov.br/inmetro/pt-br/assuntos/avaliacao-da-conformidade/programa-brasileiro-de-etiquetagem/tabelas-de-eficiencia-energetica/veiculos-automotivos-pbe-veicular