Minas Gerais registra saldo de 162.139 novos postos de trabalho no primeiro semestre de 2024
Levantamento do Sebrae Minas aponta que os números representam o melhor saldo entre janeiro e junho desde 2021
Levantamento do Sebrae Minas, a partir dos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), aponta que as empresas de Minas Gerais geraram, entre janeiro e junho de 2024, um saldo de 162.139 novos postos de trabalho. O número é resultado da diferença entre 1.464.506 admissões e 1.302.367 desligamentos. Os dados representam o melhor saldo desde 2021, quando o total foi de 183.129 empregos gerados pelas empresas mineiras, período caracterizado pelo movimento de recuperação econômica, após os impactos da crise sanitária de 2020.
Em comparação com o mesmo período do ano anterior, o saldo indica um crescimento de 12,14% no balanço de empregos. As Micro e Pequenas Empresas (MPE) foram responsáveis por 66,7% dos novos postos de trabalho e as Médias e Grandes Empresas (MGE) por 33,3%. Mesmo com a maior contribuição na geração de empregos, as MPEs registraram desaceleração de 4,04% em relação ao mesmo período de 2023.
O presidente do Conselho Deliberativo do Sebrae Minas, Marcelo de Souza e Silva, aponta alguns fatores que podem ter influenciado os bons resultados no primeiro semestre. “As políticas municipais e estaduais de fomento ao empreendedorismo, inovação, desburocratização, atração de investimentos, educação e capacitação técnica; as safras positivas do café, que bateram recordes de exportação no estado neste ano; e aumento do poder de compra das famílias, que impulsiona a demanda dos setores de comércio e serviços, principalmente, são pontos que contribuíram para o crescimento de novos postos de trabalho entre janeiro e junho”, avalia.
Setores e atividades econômicas
O setor de serviços teve o melhor saldo de empregos no primeiro semestre de 2024, totalizando 70 mil novas vagas em empresas de todos os portes, seguido dos setores da agropecuária e da indústria, com 30,1 mil e 27,4 mil, respectivamente.
Dentre as atividades econômicas, os destaques foram para as atividades relacionadas ao cultivo de café, com cerca de 16,5 mil empregos de saldo, e para a construção de edifícios, rodovias e ferrovias (12,8 mil). Além disso, atividades de escritório e apoio administrativo, saúde, transporte, serviços de educação e de engenharia que juntos geraram um saldo de cerca de 24,4 mil empregos no estado.
No setor industrial, as principais atividades foram relacionadas à fabricação de álcool e de açúcar, com saldo de, aproximadamente, 3,8 mil empregos; e no setor de comércio, o destaque foi para as atividades do comércio varejista de produtos farmacêuticos e ao comércio atacadista de mercadorias em geral, com predominância de produtos alimentícios. Juntas, essas atividades geraram um saldo de 2,2 mil empregos.
Regiões
As regiões com maior saldo de empregos no estado no primeiro semestre deste ano foram Centro (56,7 mil), Sul (22,9 mil) e Triângulo (21,5 mil). Na análise de saldo de empregos por 1.000 habitantes, o destaque vai para as regionais Noroeste e Alto Paranaíba, Triângulo e Sul, que geraram cerca de 14,4; 11,3 e 9,8 empregos de saldo para cada mil habitantes.
Destaque, também, para o crescimento percentual do saldo gerado pelas regiões Norte, que saltou dos 3,3 mil empregos para 6,3 mil (crescimento de 88%), e Zona da Mata e Vertentes, que saiu de 9,7 mil empregos para 13,4 mil (crescimento de 37,76%).
Segundo semestre
Alguns indicadores reforçam a expectativa mais favorável para o mercado de trabalho no próximo semestre, como é o caso do Índice Sebrae de Confiança dos Pequenos Negócios (ISCON), que no mês de julho apresentou o segundo melhor resultado do ano para as expectativas futuras dos empresários, além de ter apresentado resultado superior em 10 pontos, quando comparado ao mês anterior.
Em consonância com o ISCON, o componente do Índice de Confiança Empresarial (ICE) da Fundação Getúlio Vargas (FGV), que mensura as expectativas dos empresários para o próximo trimestre, apresentou alta, o que reforça a ideia de percepção positiva dos empreendedores para os próximos meses.
“As estimativas para o comportamento do emprego no segundo semestre continuam em campo positivo. Todavia, espera-se um ritmo mais moderado na geração de novas vagas, em relação ao semestre anterior. O nível de confiança dos empresários e consumidores corroboram o otimismo, mas é importante monitorar de perto a evolução dos gastos públicos e as pressões inflacionárias, que podem influenciar a condução das políticas fiscal e monetária”, aponta Silva.
Inteligência Sebrae
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