MÚSICOS APROVADOS EM UMA SELETIVA DE LEI DE INCENTIVO A CULTURA TEM UMA INFELIZ SURPRESA EM BH.

MÚSICOS APROVADOS EM UMA SELETIVA DE LEI DE INCENTIVO A CULTURA  TEM UMA INFELIZ SURPRESA EM BH.

Por Paty Prod

No dia 18 de maio, um fato inusitado abriu opiniões diferentes entre profissionais da mesma classe: os músicos. Um grupo de músicos que participariam de uma seletiva para um festival de músicas em BH, tiveram uma infeliz notícia na hora de assinar os contratos para as apresentações: não receberiam nenhum cachê ou ajuda de custo, assim como alimentação. O mais inusitado da história é que esse evento será realizado com uma verba no valor de 110.000,00, proveniente de um projeto aprovado pela lei de incentivo a cultura. Porém, quem fará o show, não foi citado ou incluído cronograma de profissionais recebentes. Falando .português claro: não vão receber.
Tal atitude dos organizadores deixaram vários profissionais da música e da cultura indignados, e com toda razão. Com todo o rebuliço desse caso realmente inusitado e inadmissível, e em reunião com as responsáveis pelo projeto, ficou realmente acertado o descaso com os profissionais: não haverá cachê para aqueles que vão fazer a festa acontecer. Lamentável.
E em decorrência disso, um grupo seleto de músicos que merecem total respeito, que veem a profissão como forma de renda, e não como amor a música, decidiram não participar do evento e informaram ao público essa decisão através do manifesto a seguir:

MANIFESTO:

Nós, bandas selecionadas para a edição 2022 do Stone Garagem Festival (@bhstonerock) que assinam o presente manifesto, viemos respeitosamente perante os organizadores e principalmente ao público que nos acompanham para informar que não podemos concordar com a forma como o evento é proposto, sem previsão de qualquer forma de pagamento ou ajuda de custo às bandas selecionadas. Somos várias bandas e refletimos a diversidade, como em todo grupo. Há bandas novas, bandas experientes, bandas conceituadas, outras em início de carreira. Mas o que temos em comum é que somos músicos, não por capricho ou diversão. Essa é nossa profissão. Como profissionais precisamos ser valorizados e pagos pelo nosso trabalho. Assim como o profissional que fornece o som ao evento, o publicitário que cria as peças gráficas e as divulga ou qualquer outro profissional envolvido em um evento desse porte. Um evento que se propõe a valorizar a cena musical não pode de forma alguma deixar de remunerar os atores principais da festa: as bandas e os músicos.
Também somos contra termos que ceder os direitos autorais, liberando-os de cobrança pelo ECAD, por entendermos que essa se trata de mais uma violação aos nossos direitos. Sendo assim, as bandas que assinam o presente manifesto decidem NÃO se apresentar no evento diante das condições oferecidas.
Esperamos que entendam a nossa posição, afinal o que pleiteamos é o básico: o direito de todo trabalhador receber pelo fruto do seu trabalho.

Belo Horizonte, 19 de maio de 2022.

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