Peeling de Fenol: rejuvenescimento profundo com cautela
Procedimento está suspenso pela Anvisa desde junho
Quando se fala em tratamento estético, há um universo de possibilidades que vai se tornando cada vez mais vasto. E isso ajuda a explicar por que, afinal, as clínicas especializadas estão cada vez mais abarrotadas de pacientes. No Brasil, o retrato não apenas se repete como serve de referência para mostrar uma realidade global. Segundo uma pesquisa realizada pela Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica, o país alcançou o segundo lugar no ranking internacional de cirurgias plásticas no ano passado, ficando atrás apenas dos Estados Unidos.
No rol dos procedimentos que mais vêm chamando a atenção do público está o peeling de fenol, considerado uma inovação nos tratamentos de rugas profundas, cicatrizes de acne e manchas severas na pele. A técnica envolve a aplicação de fenol, uma solução química que remove as camadas superficiais da pele, promovendo a regeneração de uma nova camada cutânea mais lisa e uniforme.
A substância é um composto orgânico, também conhecido como ácido carbólico, utilizado em diversos setores industriais e médicos. “Na dermatologia, ele é conhecido por sua capacidade de penetrar profundamente na pele e promover uma esfoliação intensa. Essa profundidade de ação faz com que o peeling de fenol seja um dos tratamentos mais eficazes para rejuvenescimento facial, podendo oferecer resultados dramáticos e duradouros”, destaca a biomédica, Karine Maia.
Ela explica que o tratamento também auxilia na recuperação de danos na pele provocados pelo sol e por hiperpigmentações significativas. “Devido à sua ação potente, ele é frequentemente indicado para pessoas com pele clara, pois o risco de hiperpigmentação é menor nesses casos. É importante que o procedimento seja realizado por um dermatologista ou cirurgião plástico experiente, que possa avaliar corretamente a necessidade e a adequação do tratamento para cada paciente”, adverte a biomédica.
A aplicação profissional não é por acaso. O uso exagerado ou inadequado do fenol pode acarretar sérios riscos à saúde da pele. “Entre os efeitos adversos mais comuns estão a vermelhidão persistente, a hipo ou hiperpigmentação (manchas claras ou escuras), cicatrização lenta e até mesmo cicatrizes permanentes. Além disso, o fenol pode ser tóxico se absorvido em grandes quantidades, afetando órgãos internos como o coração e os rins”, adverte.
Os danos causados pelo uso excessivo do fenol podem ser, em muitos casos, irreversíveis. “Cicatrizes e alterações de pigmentação, por exemplo, podem não responder a tratamentos corretivos e persistirem de forma permanente”, afirma a biomédica. “A condição do tecido depende do estilo de vida e a constância no auto cuidado. Por isso é importante manter os cuidados com a pele para não precisar de recorrer a um procedimento tão punitivo e arriscado”, completa.
É importante ressaltar que desde o dia (25/6), a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) publicou, no Diário Oficial da União uma resolução que proíbe a importação, a fabricação, a manipulação, a comercialização, a propaganda e o uso de produtos à base de fenol em procedimentos de saúde em geral ou estéticos.