Pesquisa da Fecomércio MG apresenta retrato dos gastos e planejamento da renda familiar na capital mineira
A Pesquisa de Orçamento Doméstico de Belo Horizonte emerge como um instrumento crucial na compreensão e análise do comportamento financeiro das famílias. Este estudo ressalta aspectos fundamentais relacionados aos compromissos financeiros assumidos pelas famílias, descrevendo a delicada interconexão entre o planejamento financeiro e o equilíbrio econômico.
Este trabalho é resultado do esforço da equipe de Pesquisa e Inteligência da Fecomércio MG, com foco em compreender a situação atual das famílias e dos consumidores em Belo Horizonte no que se refere ao orçamento domiciliar. O foco está na análise da postura das pessoas em relação à organização e planejamento da renda familiar. Dito isso, o trabalho visa oferecer percepções significativa sobre como as famílias lidam com suas finanças, destacando a importância do planejamento e da organização na gestão do orçamento doméstico.
A pesquisa evidencia um dado significativo sobre o comportamento financeiro dos consumidores em Belo Horizonte: enquanto expressivos 71,5% afirmam realizar algum tipo de planejamento em seus gastos, foi observado que 44,8% desses indivíduos enfrentam desafios em seguir efetivamente ao que se propuseram. Esse fenômeno suscita reflexões pertinentes do ponto de vista econômico.
Em uma análise econômica, a prática de planejar os gastos é um indicativo positivo de responsabilidade financeira por parte da maioria dos consumidores. Contudo, a disparidade entre o número de planejadores e a parcela que não consegue aderir ao plano proposto sugere a existência de obstáculos práticos ou comportamentais que afetam a implementação dessas estratégias.
Dentre as possíveis interpretações, é importante considerar que os consumidores, apesar do desejo de planejar, podem estar enfrentando desafios estruturais em seus orçamentos, como o surgimento repentino de despesas inesperadas ou a falta de flexibilidade para lidar com imprevistos financeiros. Além disso, é válido ressaltar questões comportamentais, como a tendência à impulsividade nas decisões de consumo, que pode resultar em situações como endividamento excessivo ou um maior comprometimento da renda mensal.
“A ausência de um planejamento sólido frente aos gastos cotidianos, aliada às compras movidas por impulsos ou oportunidades efêmeras, não apenas compromete as finanças familiares, mas reverbera em um desequilíbrio que atinge diversas cadeias de negócios. O impacto desse desajuste financeiro transcende o âmbito individual, afetando a saúde financeira de setores diversos da economia local”, aponta o Economista chefe da Fecomércio MG, Stefan D’Amato.
Em Belo Horizonte, 42,2% dos consumidores conseguem planejar e economizar em seus orçamentos familiares. Destaca-se que, dentre esses poupadores, 39,6% direcionam os recursos para atividades de lazer, enfatizando o equilíbrio entre responsabilidade financeira e qualidade de vida. Adicionalmente, 30,5% optam por destinar o excedente para poupança, indicando uma consciência sobre a importância da reserva financeira. Quando não há sobra, a maioria (29,3%) escolhe deixar de consumir itens supérfluos, evidenciando uma abordagem responsável diante das limitações financeiras.
“A variedade de escolhas financeiras mostra a necessidade de abordagens personalizadas em programas de educação financeira para fortalecer a resiliência econômica belo-horizontina. Estas estratégias adaptativas visam promover uma compreensão aprofundada das dinâmicas financeiras, capacitando os participantes a tomarem decisões informadas em um cenário econômico dinâmico”, destaca.
A pesquisa revela que as despesas correntes mais frequentemente mencionadas incluem alimentação/supermercado (49,9%), aluguel (31,2%), energia elétrica (28,8%) e água (28,3%). “Esses resultados destacam a prevalência de menções a categorias fundamentais nas respostas dos entrevistados, indicando a importância significativa atribuída às necessidades básicas em suas vidas cotidianas”, aponta.
Além das despesas básicas, outras despesas frequentemente citadas pelos participantes da pesquisa incluem plano de saúde (21,1%), lazer (13,4%) e escola (12,5%). A alimentação fora de casa registrou um aumento de 1,4 ponto percentual, chegando a 10,8%, indicando uma notável presença nos relatos dos entrevistados. Por outro lado, os gastos com combustível apresentaram uma queda de 4,1 pontos percentuais, alcançando 9,4%.
No cenário dos compromissos financeiros em Belo Horizonte, destaca-se o cartão de crédito como o principal para 66,7% dos residentes. Essa predominância destaca a significativa influência desse instrumento nas finanças pessoais da comunidade, delineando um contexto em que a gestão responsável desse recurso é vital para a estabilidade econômica individual. Outras obrigações financeiras incluem financiamento de automóvel (14,6%), financiamento de casa (6,5%) e financiamento de loja (6,0%), sendo mais comuns entre aqueles com renda mais elevada.
Os setores de produtos e serviços mais demandados compreendem os alimentícios (64,4%) e vestuário, calçados e acessórios (35,6%). O cartão de crédito como meio de pagamento predominante (45,2%), seguido por opções como débito (29,0%) e pix (15,9%). “Essa tendência revela não apenas os padrões de consumo, mas também a evolução nas preferências de métodos de pagamento, cartão de crédito e indicando uma crescente adoção de soluções digitais como o pix na dinâmica econômica local”, conforme D’Amato.
Sobre a Fecomércio MG
A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo de Minas Gerais integra o Sistema Fecomércio MG, Sesc e Senac em Minas e Sindicatos Empresariais que tem como presidente o empresário Nadim Donato. A Fecomércio MG é a maior representante do setor terciário no estado, atuando em prol de mais de 740 mil empresas mineiras. Em conjunto com a Confederação Nacional do Comércio (CNC), presidida por José Roberto Tadros, a Fecomércio MG atua junto às esferas pública e privada para defender os interesses do setor de Bens, Serviços e Turismo a fim de requisitar melhores condições tributárias, celebrar convenções coletivas de trabalho, disponibilizar benefícios visando o desenvolvimento do comércio no estado e muito mais.
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