Pesquisa mostra queda na intenção de consumo das famílias com menores salários em BH
A pesquisa de Intenção de Consumo das Famílias (ICF) apresentou pequena variação negativa no mês de maio, -0,8 pontos percentuais (p.p.). Variação essa que pode ser considerada inofensiva por não indicar mudanças bruscas do indicador, que saiu de 100,6 p.p. para 99,8 p.p., fazendo com que ele fique na margem de satisfação (100 pontos). Essa variação é marcada, em especial, pela queda na intenção de consumo das famílias com menores salários – até 10 salários-mínimos (s.m.), devido a alteração de alguns dos subindicadores.
O ICF é composto por sete subindicadores, sendo eles: Emprego Atual (131,4), Perspectiva Profissional (114,9), Renda Atual (110,4), Acesso ao Crédito (92,5), Perspectiva de Consumo (112,8), Nível de Consumo (78,7) e Momento para Duráveis (58,0).
Nessa edição, os componentes que influenciaram na retração do indicador foram a Renda Atual (-1,4 p.p.), Perspectiva Profissional (-5,4 p.p.) e Nível de Consumo (-6,7 p.p.), sendo o último o de maior preocupação, pois ele já se encontra em nível de insatisfação. Já aqueles que apresentaram melhora foram Emprego Atual (3,7 p.p.), Acesso ao Crédito (1 p.p.), Perspectiva de Consumo (2,5 p.p.) e Momento para Duráveis (1,5 p.p.).
De acordo com Devid Lima da Silva, analista de pesquisa da Fecomércio MG, o cenário captado nos dados é um momento de estabilidade do indicador, mas que demonstra pontos de atenção dos consumidores belo-horizontinos, quando se observa os subindicadores.
Para essa edição, o nível de consumo apresenta queda de 6,7 pontos, quando comparado à última análise – a maior desse ano, sendo puxado principalmente pelo consumo das famílias com renda de até 10 s.m.. Para as famílias com renda superior, o subíndice registrou variação não significativa (-0,7 p.p.), com a diferença que encontra-se no nível de insatisfação para as famílias com menor renda.
Apesar de estarem consumindo menos, para as aquelas com menor salário, há também uma aparente compreensão de melhora do cenário econômico, como percepção de maior facilidade em adquirir crédito/empréstimo para comprar a prazo, se comparado ao ano anterior, o que impacta ainda na perspectiva desse grupo de bom momento para os duráveis, uma vez que ambos os subindicadores apresentaram melhora para esse grupo.
Já para as famílias com renda superior, o acesso ao crédito se manteve como na última pesquisa realizada e, momento para duráveis apresentou variação negativa (-0,7), embora não significativa.
Para Devid Lima da Silva, é um quadro que deve ser avaliado sempre tendo em vista a distribuição de renda das famílias, visto que na pesquisa é possível observar dois cenários com os resultados obtidos. Em um deles, para aquelas com menor renda, o acesso ao crédito, o nível de consumo, assim com momento para duráveis encontram-se em nível de insatisfação (abaixo de 100 pontos). Enquanto para as famílias com maior renda, apenas momento para duráveis encontra-se em nível de insatisfação, porém com diferença de 27,9 pontos em relação aos de renda menor.
Geral
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Até 10 S.M.
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+10 S.M.
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Subindicador
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Emprego Atual
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131,4
|
129,9
|
140,9
|
Perspectiva Profissional
|
114,9
|
111,0
|
139,9
|
|
Renda Atual
|
110,4
|
107,0
|
132,1
|
|
Acesso ao Crédito
|
92,5
|
88,0
|
120,6
|
|
Nível de Consumo
|
78,7
|
74,4
|
106,1
|
|
Perspectiva de Consumo
|
112,8
|
110,0
|
130,7
|
|
Momento para Duráveis
|
58,0
|
54,2
|
82,1
|
|
Indicador
|
ICF
|
99,8
|
96,4
|
121,8
|
Atualmente, embora o panorama econômico exiba atributos favoráveis que poderiam impulsionar nível de consumo e os demais subindicadores, por apresentar diminuição do desemprego, redução das taxas de juros e uma inflação controlada, é importante reconhecer que, devido a uma série de fatores sociais e culturais, o alívio desses aspectos tende a alcançar mais lentamente as famílias com renda mais baixa.
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