PF, MPT e MTE deflagram operação contra trabalho análogo à escravidão em Minas Gerais

Três indivíduos foram presos em flagrante por submeterem uma vítima a condições degradantes de trabalho e restrição de liberdade
Em ação coordenada, o Ministério do Trabalho e Emprego, por meio da Gerência Regional do Trabalho em Uberaba, a Polícia Federal e o Ministério Público do Trabalho deflagraram, no dia 8 de abril de 2025, a Operação Novo Amanhã, para apurar denúncia de trabalho análogo ao de escravo no município de Planura, no interior de Minas Gerais. A ação teve início a partir de informação recebida pelo Disque 100.
A denúncia
Segundo o relato recebido, uma vítima estaria sendo mantida em situação de cárcere privado, obrigada a realizar trabalhos domésticos e serviços em um estabelecimento comercial, de propriedade dos supostos autores, sem qualquer remuneração. A denúncia também apontava agressões físicas e verbais, isolamento social, retirada de documentos e restrição de liberdade, além de possíveis abusos psicológicos e sexuais. Os fatos denunciados indicavam um quadro de violência persistente por anos.
Constatações da operação
Durante a operação, três indivíduos foram presos em flagrante por submeterem a vítima a condições degradantes de trabalho e restrição de liberdade. As autoridades constataram que a vítima era mantida há mais de oito anos, trabalhando sem pagamento em troca apenas de moradia e alimentação. Marcas de agressões físicas foram identificadas e confirmadas por testemunhas, e há indícios de outras formas de violência, como exploração sexual e extorsão.
Foram apreendidos celulares, notebooks e pen drives, que serão analisados com autorização judicial. Os presos foram encaminhados ao sistema prisional e permanecem à disposição da Justiça. As investigações prosseguem, com o objetivo de identificar outras possíveis vítimas e responsabilizar todos os envolvidos.
O nome Operação Novo Amanhã simboliza a possibilidade de recomeço e reconstrução da vida da vítima após anos de sofrimento, violência e privação de liberdade. A expressão representa a esperança de dias melhores e a atuação do Estado na proteção da dignidade humana, rompendo com ciclos de abuso e restabelecendo direitos fundamentais.