Pioneira, Academia Orquestra Ouro Preto faz concerto especial com repertório que integra seu primeiro álbum

Projeto de profissionalização de jovens talentos, realizado pela reconhecida formação mineira, inova com gravação de um repertório pautado na excelência e versatilidade; público poderá conferir em única apresentação no Sesc Palladium, dia 26 de agosto, às 20h30

A excelência e a versatilidade que regem as escolhas artísticas da Orquestra Ouro Preto, uma das mais reconhecidas formações do país, também pautam sua Academia Jovem, projeto que prepara talentos para a música de concerto e que inova mais uma vez ao proporcionar aos bolsistas a experiência de gravar o seu primeiro álbum. E para compartilhar esse momento tão especial, os jovens músicos convidam o público para o concerto de gala “Cine Hollywood (E Outras Histórias)”, no dia 26 de agosto, às 20h30, no Grande Teatro do Sesc Palladium.

A noite promete ser marcante para cada um dos 33 bolsistas que fazem parte da orquestra jovem, já que a apresentação é também mais uma etapa de preparação para esse momento tão relevante de suas trajetórias educacional e profissionalizante com a realização do primeiro registro fonográfico, que ocorrerá em outubro.

“O processo de gravação é muito intenso e importante para um músico, que vai imprimir ali o seu som, e aquilo fica registrado, materializado e eternizado nas plataformas digitais. E por isso a performance musical, a qualidade musical, a sonoridade, o nível de exigência em geral dentro de um estúdio é muito alto. O músico está em seu maior momento de exposição, no encontro com ele mesmo, quase de autoconhecimento”, analisa o maestro Rodrigo Toffolo, regente titular e diretor artístico da Orquestra Ouro Preto.

O repertório foi especialmente pensado para proporcionar aos jovens artistas e ao público uma variedade de sensações e sonoridades da música de concerto. Na primeira parte do programa, serão interpretadas obras escolhidas para integrar a gravação do álbum, começando por “Suíte Saint Paul”, de Gustav Holst, uma peça para cordas que ocupa importante papel histórico e didático, de extrema expressividade e musicalidade, sendo um exercício não apenas para estudantes, mas também já gravado por diversas orquestras profissionais.

Na sequência, mais um grande desafio, as “Danças Romenas” de Bartók, que, segundo o maestro Rodrigo Toffolo, permite que a academia mude o som, o timbre, que o conjunto possa se mostrar diferente e criar as sensações que cada uma dessas peças impõe. “É uma obra muito desafiadora do ponto de vista interpretativo”, adianta o regente.

Fechando o programa que será registrado no álbum, “A Morte do Bode Tião” é uma criação inédita, escrita especialmente para a Academia Orquestra Ouro Preto, inspirada em um cordel que narra a história de um bode muito faceiro, que aprontava com a meninada da cidade, e que um dia, depois tanto comer farinha e beber água, acaba tendo um trágico fim.

A segunda parte do programa vem carregada de sensibilidade e promete aquecer os corações do público. O repertório será completado por grandes clássicos do cinema, sucessos que fizeram parte de trilhas sonoras que marcaram época e até hoje emocionam as mais diversas plateias.

SOBRE A ACADEMIA ORQUESTRA OURO PRETO

A Academia Orquestra Ouro Preto é um dos braços do núcleo educacional da Orquestra Ouro Preto com o objetivo de formar e preparar jovens entre 18 e 28 anos para o mercado de trabalho da música de concerto. Atualmente, 33 músicos integram o projeto, que conta, desde sua criação, em 2019, com o patrocínio da SulAmérica.

Os instrumentisras em formação têm dois encontros semanais com os instrutores-professores da Orquestra Ouro Preto com o objetivo de desenvolver a percepção, a técnica e a expertise do trabalho em conjunto. Para isso, os bolsistas têm apoio financeiro e acompanhamento psicológico, em uma parceria inédita com a PUC Minas.

Segundo Rodolfo Toffolo, coordenador do projeto, a Academia cumpre simultaneamente dois importantes papeis. “O primeiro é o viés social, onde acolhemos esses jovens, oportunizamos uma vivência musical com colegas da mesma geração, desenvolvendo o convívio e o aprimoramento musical dentro da orquestra, contando com a ajuda de uma bolsa de estudos para isso”, elenca.

“O segundo é o viés profissionalizante que, através de ensaios de naipes semanais com os instrutores profissionais da Orquestra Ouro Preto, o grupo ganha identidade e sonoridade, aplicando seus estudos na música coletivamente. Os concertos com solistas de renome internacional, a oportunidade de se apresentarem em importantes salas de concerto do país e as experiências com gravações e lives dão o molde final ao desenvolvimento de cada um”, explica o coordenador.

Além do desenvolvimento técnico musical, os bolsistas ainda têm oportunidades práticas em concertos com a presença do público e a possibilidade de participarem dos projetos desenvolvidos pela Orquestra Ouro Preto ao longo do ano. Entre gravações, concertos e aulas, os alunos absorvem, diretamente da fonte, lições riquíssimas com os líderes de naipes da formação principal, o Maestro Rodrigo Toffolo e, muitas vezes, ícones da música brasileira, que são convidados eventualmente para parcerias.

Atualmente, oito ex-alunos são protagonistas da formação principal e passaram por essa fase preparatória dentro da Academia antes de ingressarem oficialmente no corpo musical. Aos 24 anos, Glaikson Nogueira, ex-aluno da Academia e o mais novo integrante da Orquestra Ouro Preto no naipe de violinos, ressalta o esmero na preparação dos bolsistas e a oportunidade profissional que se abre no mercado da música de concerto.

“Vejo a Academia como uma grande oportunidade, uma vitrine onde se apresenta o que se tem de melhor para o mercado. Ali todos os alunos estão sendo vistos, têm seus nomes comentados por pessoas já muito bem estabelecidas nesse universo. Com o conhecimento e a visibilidade que se tem na academia é possível alcançar grandes objetivos”, garante o violinista.