Primeiro Centro de Hidrogênio Verde do Brasil inicia produção
Projeto é uma parceria entre a Cooperação Brasil-Alemanha para o Desenvolvimento Sustentável e a Universidade Federal de Itajubá (UNIFEI) em Minas Gerais
A partir do dia 30 de outubro, o primeiro centro de hidrogênio verde do Brasil (CH2V), instalado em Minas Gerais, inicia sua produção. A unidade é resultado de uma parceria entre a Universidade Federal de Itajubá (UNIFEI), a Fundação de Apoio ao Ensino, Pesquisa e Extensão de Itajubá (Fapepe) e o projeto H2Brasil, que integra a Cooperação Brasil-Alemanha para o Desenvolvimento Sustentável. Com investimento de aproximadamente 5 milhões de euros, o centro tem como objetivo integrar várias frentes de pesquisa com foco na expansão do mercado.
Além da unidade de produção de hidrogênio verde, composta por um eletrolisador do tipo PEM com potência de 300 kW, também foi construída uma estação para abastecimento de veículos, ambas situadas no campus da UNIFEI. Com essa infraestrutura, a universidade terá capacidade de produzir 60Nm³/h de hidrogênio verde, utilizando energia solar proveniente de três usinas próprias, tornando-se um laboratório para pesquisa, desenvolvimento e demonstração da produção e uso desse recurso sustentável. Já existem diversos MoUs e NDAs assinados com indústrias e outras instituições ou em fase de negociação.
Conforme Markus Francke, diretor do H2Brasil, no contexto da atual urgência de transição energética frente à crise climática e à sustentabilidade dos sistemas energéticos globais, o hidrogênio verde (H2V) produzido a partir de fontes renováveis tem sido apontado como peça-chave na descarbonização da indústria, sobretudo em setores difíceis de abater. “O H2V pode servir como combustível para diversas formas de transporte, terrestres, marítimos e aéreo. O Brasil tem vantagens naturais e estruturais para se tornar um player mundial na transição para uma economia de baixo carbono e aproveitar as oportunidades econômicas associadas ao hidrogênio verde”.
Centro de Hidrogênio
O Centro é composto de um prédio com área aproximada de 800 m² dotado de salas, equipamentos e laboratórios para desenvolver atividades e projetos de pesquisa que vão indicar caminhos do hidrogênio com valor agregado nas condições brasileiras. “Agora estamos produzindo hidrogênio a partir da água ao invés do gás natural que é um combustível fóssil. O H2V proveniente de fontes limpas de energia contribuirá direta e indiretamente para que o Brasil assuma o protagonismo global esperado em diversos setores da economia, por exemplo o agronegócio com a produção de fertilizantes”, comenta Luiz Horta Nogueira, professor da Unifei.
Legenda da foto em destaque:
Da esquerda p/ direita: Edson da Costa Bortoni, reitor da Universidade Federal de Itajubá (UNIFEI); Patricia Naccache, Coordenadora-Geral de Energias e Tecnologias de Baixo Carbono e Inovação do Ministério de Minas e Energia; e Markus Francke, diretor do projeto H2Brasil, implementado pela GIZ (créd. Vinícius Carvalho da Silva/GIZ) |